Ata do Copom: nossa visão

Leia a íntegra da análise da equipe econômica do C6 Bank

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Leia a íntegra da análise da equipe econômica do C6 Bank, liderada pelo economista-chefe Felipe Salles, sobre a ata do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central divulgada nesta terça-feira (9).

Copom reitera condicionalidade dos juros à trajetória de inflação

O Banco Central divulgou nesta terça-feira (9) a ata das reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) dos dias 2 e 3 de maio, apresentando mais detalhes sobre os rumos da política monetária. Em linhas gerais, não houve novidades significativas em relação ao comunicado da semana passada.

O Comitê afirmou que "as expectativas de inflação seguem desancoradas das metas definidas pelo Conselho Monetário Nacional, tendo havido uma pequena deterioração na margem” e enfatizou que “acompanha este movimento com preocupação e segue avaliando que expectativas desancoradas elevam o custo de trazer a inflação de volta à meta”.

Sobre o cenário fiscal, o Comitê avalia que “a apresentação do arcabouço fiscal reduziu a incerteza associada a cenários extremos de crescimento da dívida pública”. Entretanto, novamente afirmou que “não há relação mecânica entre a convergência de inflação e a aprovação do arcabouço fiscal” e que “a trajetória de inflação segue condicional à reação das expectativas de inflação e das condições financeiras”. Vale notar que o Comitê enfatizou em mais dois outros trechos que não existe relação mecânica entre aprovação do arcabouço e os juros ou a inflação.

O texto segue mostrando preocupação sobre uma elevação da taxa neutra de juros em função da “possível adoção de políticas parafiscais expansionistas”. Adicionalmente, alguns membros “ressaltaram que a conjuntura marcada por uma possível elevação das taxas de juros neutras nas principais economias, resiliência na atividade brasileira e um processo desinflacionário lento poderia ser compatível com uma medida de taxa neutra mais alta.” No entanto, adicionou que “a maioria dos membros do comitê julgou que essa interpretação ainda parece prematura e necessita de corroboração maior dos dados”

Por último, o Comitê reforçou o que já dizia no comunicado que “a conjuntura demanda paciência e serenidade na condução da política monetária” e enfatizou “que, apesar de ser um cenário menos provável, não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado”. Esse trecho sinaliza que a chance de voltar a subir os juros diminuiu.

Em suma, a comunicação do Banco Central e o cenário prospectivo para a inflação sugerem manutenção da taxa Selic nos patamares atuais, por ora. Esperamos elevação das metas de inflação à frente, provavelmente em junho, quando o CMN precisará decidir a meta de 2026, o que poderia abrir espaço para queda da Selic na segunda metade do ano. Projetamos Selic em 12,5% ao final de 2023 e 11% ao final de 2024.

Equipe Econômica C6 Bank

Felipe Salles Head
Claudia Moreno Head Brasil
Claudia Rodrigues Head Internacional
Felipe Mecchi Internacional
Heliezer Jacob Brasil

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