Confira as principais notícias da semana, segundo a avaliação da equipe econômica do C6 Bank
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Confira as principais notícias da semana (16/1-20/1), segundo a avaliação da equipe econômica do C6 Bank. Leia a íntegra do relatório.
A economia segue perdendo fôlego. Os indicadores regionais de atividade industrial do Federal Reserve (Fed) da Filadélfia e de Nova York, apresentaram sinais mistos em janeiro. Em comum, podemos destacar que a atividade permanece em território negativo, com a demanda permanecendo fraca, os preços desacelerando - mas ainda elevados - e mercado de trabalho aquecido.
Segundo dados do Fed para a atividade nacional, a produção industrial nos Estados Unidos contraiu pelo segundo mês consecutivo em dezembro, registrando queda de 0,7% em relação ao mês anterior. Houve redução na utilização da capacidade instalada, atualmente em 78,8%. As vendas no varejo também tiveram retração. O índice contraiu 1,1% em dezembro, frente ao mês anterior, segundo o Departamento de Comércio. No entanto, apesar da queda no dado no mês, o nível de vendas permanece bem acima da tendência pré-pandemia.
O setor imobiliário segue em retração. Os índices de construção de novas moradias e de permissão para construir tiveram queda de 1,4% e 1,6%, respectivamente, em dezembro frente ao mês anterior, segundo o Departamento de Comércio. Outro dado sobre o setor imobiliário, o índice de confiança das construtoras (NAHB Housing Market Index) subiu 4 pontos em janeiro. Apesar do aumento no mês, a confiança do setor segue muito abaixo do patamar pré-pandemia. Em 2022 o índice apresentou queda em todos os meses do ano, totalizando uma retração de 53 pontos, com o aperto da política monetária do Banco Central americano causando aumentos nas taxas de hipotecas, um dos principais motivos da desaceleração do setor.
Apesar da desaceleração da atividade, o mercado de trabalho continua aquecido. Os pedidos iniciais de seguro-desemprego continuam em níveis baixos para padrões históricos, em 190 mil na semana encerrada em 14 de janeiro, 15 mil abaixo da semana anterior.
A inflação ao produtor segue baixa, refletindo a queda nos preços das commodities e normalização da inflação de bens. O índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) caiu 0,5% em dezembro frente ao mês anterior. Houve queda nos preços de energia e alimentos. O núcleo (excluindo alimentos e energia) desacelerou para 0,1% no mês. Nos últimos 12 meses, o PPI continuou desacelerando e acumula alta de 6,2%.
O conflito entre Rússia e Ucrânia está no décimo primeiro mês. Conflitos continuam principalmente no leste e sul do país, com relatos de que tropas ucranianas têm sido bem-sucedidas em repelir avanços russos nas regiões. Na sexta-feira, Ministros da Defesa de diversas nações se reuniram na Base Aérea de Ramstein, na Alemanha. O encontro reuniu aproximadamente 50 países para discutir medidas de auxílio para a defesa da Ucrânia. Antes da reunião, diversas nações anunciaram envio de armamentos para a Ucrânia, com destaque para os Estados Unidos que anunciaram doações de equipamentos no valor total de US$ 2,5 bi.
Preços do petróleo mais altos. Entre os dias 13 e 19 de janeiro, o preço do petróleo subiu 1,0%, com os preços da commodity sob influências opostas à recuperação chinesa e desaceleração da economia global. O preço do gás natural apresentou queda de 6,3% no mesmo período, apesar da volatilidade dos preços em função de temperaturas mais frias na Europa nesta semana e expectativas para a próxima semana de que o clima voltará a ficar mais ameno - o preço da commodity está 28,7% abaixo da média de janeiro de 2022 (pré-guerra). Os riscos de recessão na Europa continuam sendo aliviados por importações de LNG e estoques, que permanecem elevados.
O Banco Central Europeu (BCE) divulgou a ata da reunião de dezembro, quando foi decidido um aumento de 50 pontos-base nas taxas de juros, uma redução no ritmo de aumentos em relação à reunião anterior. Conforme a ata, inicialmente vários membros defendiam aumento de 75 pontos-base, no entanto, houve consenso em reduzir o ritmo para 50 pontos-base, com perspectiva de mais aumentos caso necessário, além de uma redução na posição em títulos do ECB. Falas recentes de membros do conselho do BCE reiteram a necessidade de aumentos adicionais nas taxas de juros diante dos núcleos da inflação, que seguem elevados. Apesar de não haver consenso entre os membros sobre a magnitude do próximo aumento, esperamos alta de 50 pontos-base na reunião de fevereiro, em linha com a sinalização dada pelo Banco Central na última reunião.
No Reino Unido, o mercado de trabalho segue apertado. Segundo o Departamento de Estatísticas Nacional, em dezembro a taxa de desemprego permaneceu em 3,7%, com a participação na força de trabalho em 63,1%, continuando abaixo do nível pré-pandemia. As contratações continuaram expandindo, embora abaixo das expectativas de mercado, e os salários (excluindo bônus) aceleraram para 6,4% na variação em 12 meses. O número de vagas em aberto por desempregado continuou elevado, próximo ao máximo da série.
A inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) segue pressionada. O índice subiu 0,4% em dezembro frente ao mês anterior, com queda no preço de energia (-1,8%), enquanto alimentos continuaram subindo (1,6%). O núcleo (exclui alimentos e energia) acelerou 0,5%. Em 12 meses, a inflação acumula alta de 10,5% e o núcleo de 6,3%.
A atividade segue perdendo força. As vendas do varejo (excluindo automóveis) apresentaram queda (-1%) em dezembro frente ao mês anterior, contrariando expectativas do mercado de que haveria expansão. Desde o início do ano, as vendas têm seguido uma trajetória de enfraquecimento.
Começará neste fim de semana o Ano Novo Lunar, um dos maiores e mais importantes feriados nacionais da China, entre os dias 21 e 27 de janeiro. Com a flexibilização das restrições à circulação, é esperado que deslocamentos e consumo terão aumento significativo, levantando temores sobre os possíveis aumentos de infecções por Covid-19, principalmente na população idosa.
Atividade fraca em dezembro, mas melhor do que o esperado. Segundo dados do Escritório Nacional de Estatística (NBS, na sigla em inglês), a produção industrial desacelerou, crescendo 1,3% frente ao mesmo mês do ano anterior, refletindo menores exportações. As vendas no varejo contraíram 1,8%, desempenho significativamente melhor que a expectativa de mercado, que era de uma retração de 9%. A taxa de desemprego urbano caiu para 5,5%.
O investimento em ativos fixos (FAI, na sigla em inglês) desacelerou para 5,1% nos doze meses do ano frente ao ano anterior. Os investimentos em infraestrutura e em manufaturas seguem firmes. No entanto, investimentos imobiliários continuam contraindo em razão de dificuldades enfrentadas pelo setor. As vendas de imóveis residenciais tiveram queda de 28,3% no período. O preço médio de casas novas em 70 cidades chinesas continuou cedendo, diminuindo 0,25% em dezembro frente ao mês anterior. É o 16º mês consecutivo de queda nos preços de casas.
O PIB teve crescimento de 2,9% no 4T22 comparado ao mesmo período do ano anterior, segundo o Departamento Nacional de Estatísticas da China (NBS, na sigla em inglês). O desempenho foi significativamente melhor que o esperado pelo mercado, que previa que as medidas de restrição à circulação ainda vigentes tivessem peso maior sobre a atividade, prevendo expansão de 1,6%. Em decisão no início da semana, o PBOC manteve inalteradas as taxas de juros de curto prazo (LPR 1 ano) e de longo prazo (LPR 5 anos), conforme esperado. A LPR 1 ano permaneceu em 3,65% e a LPR 5 anos em 4,3%. As taxas de médio prazo também permaneceram inalteradas em 2,75%. A moeda chinesa tem ganhado força, com expectativas positivas quanto à retomada do crescimento.
A projeção para o IPCA apresentou alta para 2023 (de 5,36% para 5,39%), permaneceu estável para 2024 (em 3,7%) e subiu para 2025 (de 3,3% para 3,5%). Os números esperados para o Produto Interno Bruto (PIB) permaneceram praticamente inalterados para 2023 (de 0,78% para 0,77%) e ficaram estáveis para 2024 (em 1,5%). A taxa Selic subiu de 12,25% para 12,5% para 2023, ficou estável em 9,25% para 2024 e subiu de 8% para 8,25% para 2025. As projeções estão no Boletim Focus, relatório do Banco Central que reúne a expectativa das instituições financeiras em relação aos principais indicadores econômicos do país.
A taxa de desemprego da PNAD Contínua no trimestre terminado em novembro veio em linha com o esperado pelo mercado e levemente acima da nossa projeção, atingindo 8,1%. Na série com nosso ajuste sazonal, o indicador permaneceu estável em 8,5%, interrompendo uma sequência de 17 quedas consecutivas. A taxa apresentou um recuo acentuado desde o pico em novembro de 2020 (15,1%), refletindo principalmente a recuperação do PIB de serviços. A pesquisa mostrou também leve queda na ocupação e na população economicamente ativa (PEA) no mês, mas o rendimento médio real habitual registrou alta (1%). A massa salarial real habitual mostra forte expansão nos últimos meses, impulsionada pela recuperação do emprego. O crescimento da economia até agora foi suficiente para levar a taxa de desemprego para níveis próximos do neutro, o que reforça o cenário de queda lenta da inflação. Nossa expectativa é que a taxa de desemprego (ajustada sazonalmente) volte a subir moderadamente até 2024. Para 2023, a taxa deve encerrar o ano em 9%.
Equipe Econômica C6 Bank
Felipe Salles Head
Claudia Moreno Head Brasil
Claudia Rodrigues Head Internacional
Felipe Mecchi Internacional
Heliezer Jacob Brasil
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