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Ciclo de redução de juros perto do fim

O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central anunciou a queda da taxa básica de juros para 10,50%. Leia a íntegra da análise da equipe econômica do C6 Bank

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Economistas do C6 Bank. Da direita para a esquerda, Claudia Moreno (Head Brasil), Claudia Rodrigues (Head Internacional) e Felipe Salles (Head).
Equipe econômica do C6 Bank, liderada pelo economista-chefe Felipe Salles. Foto: Wanezza Soares.

O Banco Central do Brasil (BCB) reduziu a taxa Selic de 10,75% para 10,50% nesta quarta-feira (8). Na decisão de hoje, o Comitê de Política Monetária (Copom) optou por uma redução menor do que a previamente sinalizada. A ata da reunião de março havia apontado para um corte de 50 pontos-base. Houve, portanto, uma mudança no rumo da política monetária.

A decisão não foi unânime. Dos nove membros votantes, cinco votaram a favor de uma redução de 25 pontos-base, inclusive o presidente Roberto Campos Neto. Os demais –todos indicados pelo governo atual- votaram a favor de uma redução mais intensa, de 50 pontos-base.

O comunicado de hoje trouxe um tom mais preocupado com o cenário externo, reforçando que o ambiente “mostra-se mais adverso, em função da incerteza elevada e persistente referente ao início de flexibilização de política monetária nos Estados Unidos”.

Em relação ao cenário doméstico, o Copom apontou, no comunicado, para um mercado de trabalho com maior dinamismo, sinalizando mais preocupação com a dinâmica da inflação de serviços à frente. Adicionalmente, o comunicado reiterou a importância da política fiscal para a ancoragem das expectativas de inflação e, consequentemente, para a condução da política monetária. O Banco Central mostrou, com isso, desconforto com a mudança das metas de superávit primário dos próximos anos. Por fim, ao se referir às expectativas de inflação como “desancoradas”, ao invés de “com reancoragem apenas parcial”, como havia dito anteriormente, o Copom deixou claro que está incomodado com o aumento das projeções de inflação do Boletim Focus.

As projeções de inflação no cenário de referência do Copom (que considera juros de 9,63% ao fim de 2024 e de 9% ao final de 2025) passaram de 3,5% para 3,8% para 2024 e de 3,2% para 3,3% para 2025 (acima da meta estabelecida de 3%). Vale lembrar que, nesta reunião de maio e na próxima de junho, o horizonte relevante de política monetária considera somente o ano de 2025.

É importante notar que o Comitê optou por não sinalizar os próximos passos de política monetária. Acreditamos que com isso o Copom optará por manter a Selic onde está ou reduzir a taxa em 25 pontos-base na reunião de junho, a depender da evolução do cenário macroeconômico.

Projetamos, por ora, Selic em 10,25% ao final de 2024, com mais um corte de 25 pontos-base. Aguardamos a ata da reunião, que será divulgada na próxima terça-feira (14), para termos mais detalhes sobre os rumos da política monetária.

Equipe Econômica C6 Bank

Felipe Salles Head
Claudia Moreno Head Brasil
Claudia Rodrigues Head Internacional
Felipe Mecchi Internacional
Heliezer Jacob Brasil

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