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Copom interrompe ciclo de queda de juros em decisão unânime

Leia a íntegra da análise da equipe econômica do C6 Bank.

Atualizado em

Tempo de leitura · 3 min

Publicado em

O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central manteve a taxa Selic estável em 10,50% nesta quarta-feira (19).

Felipe Salles, Head de Economia do C6 Bank, olhando para a câmera com meio sorriso e um dos braços apoiados no corrimão da escada.

Felipe Salles, Head de Economia do C6 Bank.

Nesta reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) optou pela interrupção do ciclo de corte de juros. Na nossa visão, considerando as projeções de inflação do Banco Central, não haveria espaço para novos cortes de juros.

A decisão foi unânime, com todos os 9 membros do Comitê votando pela manutenção da taxa de juros no patamar atual. Isso ocorre após uma votação dividida na reunião anterior. Entendemos que essa sinalização de coesão no comitê pode ajudar a atenuar a volatilidade do mercado decorrente das incertezas em relação à condução da política monetária.

As projeções de inflação no cenário de referência do Copom (que considera juros de 10,5% ao fim de 2024 e de 9,5% ao final de 2025) passaram de 3,8% para 4% em 2024 e de 3,3% para 3,4% em 2025 (acima da meta estabelecida de 3%). Vale lembrar que, nesta reunião de junho, o horizonte relevante de política monetária considera somente o ano de 2025. A partir da reunião de julho, o comitê passará a incluir o ano de 2026, ainda que com peso menor. No comunicado de agora, a novidade foi a apresentação de um cenário alternativo, no qual a taxa Selic é mantida constante. Nesse cenário, as projeções de inflação situam-se em 4,0% para 2024 e 3,1% para 2025. Ou seja, se a Selic for mantida neste patamar, a projeção do BC é que a inflação fique em torno da meta de 3%.

O Copom reiterou que a Selic deve se manter em patamar elevado por tempo suficiente para que a inflação e suas expectativas voltem para perto da meta. Por fim, o Comitê afirmou que “se manterá vigilante e relembra, como usual, que eventuais ajustes futuros na taxa de juros serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta”. Ou seja, irá monitorar de perto o comportamento das variáveis que afetam a dinâmica da inflação e deixou aberta a possibilidade de novas mudanças nos juros caso necessário.

Projetamos, por ora, Selic em 10,5% ao final de 2024 e de 9% ao final de 2025. Caso o cenário continue se deteriorando (expectativas de inflação em alta e câmbio se desvalorizando) não descartamos uma possível retomada da alta de juros. Aguardamos a ata da reunião, que será divulgada na próxima terça-feira (25), para termos mais detalhes sobre os rumos da política monetária.

Equipe Econômica C6 Bank

Felipe Salles                   Head

Claudia Moreno      Head Brasil

Claudia Rodrigues    Head Internacional

Felipe Mecchi               Internacional

Heliezer Jacob            Brasil

Este relatório foi preparado pelo Banco C6 S.A.

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