Câmbio fixo: entenda o que é e como afeta a economia

Conheça mais sobre essa ferramenta de regime cambial

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Tem dúvidas sobre o que é câmbio fixo? Saiba que o objetivo desse regime monetário é tentar conter as flutuações na economia. Na prática, trata-se de uma taxa fixa que viabiliza a estabilidade do valor de uma moeda em relação à outra, como manter o preço do real em relação ao dólar, por exemplo.    

É importante compreender que as taxas de câmbio são essenciais para que aconteça a conversão de preços de acordo com a cotação diária. Logo, todas as operações feitas com moedas estrangeiras ou produtos exportados estão sujeitas ao regime cambial, seja ele fixo ou flutuante. Quer saber como tudo funciona na prática? Descubra em nosso post. 

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O que é câmbio fixo e para que serve 

O câmbio fixo é uma política monetária usada para que o preço de uma determinada moeda permaneça estável em relação à outra. O responsável por definir esse valor é o próprio governo, de forma que a taxa de câmbio continue sempre igual.   

Essa ferramenta é usada geralmente na tentativa de controle sobre a inflação local. 

Como funciona o regime de câmbio fixo 

O câmbio fixo é um regime que costuma ser adotado nas economias em momento de instabilidade. Com isso, a autoridade monetária busca maior previsibilidade sobre inflação. 

É importante lembrar que esse regime cambial também é usado para proteger a economia nacional das flutuações monetárias que podem atingir exportações. 

Esse modelo exige diferentes ações, como manter um grande volume de reservas internacionais, ter disciplina fiscal e credibilidade econômica e criar mecanismos eficientes para o controle de capitais. 

Exemplo de países que adotam o câmbio fixo 

Alguns países pelo mundo adotam o modelo de câmbio fixo, sobretudo para garantir maior controle da inflação. Listamos exemplos na sequência: 

  • Hong Kong: o dólar de Hong Kong, moeda oficial do país, está atrelado à moeda norte-americana desde 1983. Esse modelo é mantido por um conselho que exige reservas equivalentes a 100% da base monetária; 
  • Dinamarca: o país não faz parte da zona do euro – sua moeda chama-se coroa dinamarquesa. No entanto, tem uma paridade ajustada com a principal moeda europeia. O banco central dinamarquês intervém com frequência para evitar grandes flutuações; 
  • Arábia Saudita: a moeda local, chamada de Rial Saudita, é fixada ao dólar norte-americano. O modelo garante maior previsibilidade ao mercado de petróleo, que é precificado justamente em dólares. 

Diferenças entre câmbio fixo e câmbio flutuante 

Diferentemente do câmbio fixo, no câmbio flutuante não há interferência das autoridades monetárias para controlar a cotação da moeda. Desse modo, os valores são determinados pela lei de oferta e demanda

A grande desvantagem desse sistema está nas grandes oscilações nas taxas de câmbio em curtos intervalos de tempo. 

Saiba mais sobre câmbio flutuante e compare os dois modelos 

Por que o Brasil usa o câmbio flutuante? 

O Brasil adota o câmbio flutuante desde 1999. Assim, o Banco Central não interfere diretamente no preço das moedas estrangeiras no país, com exceção de momentos de altíssima volatilidade. Nesse caso, é possível atuar de maneira pontual para amenizar oscilações. 

A escolha do câmbio flutuante ocorreu devido à crise cambial de 1999. Na época, o Brasil passava por diferentes problemas econômicos. 

A transição, portanto, foi planejada para fortalecer a economia, reduzir o risco de esgotamento de reservas cambiais e garantir maior visibilidade à política monetária. 

O câmbio flutuante permite que a moeda, o real, se ajuste às condições do mercado internacional. Isso garante maior equilíbrio em relação à balança de pagamentos e uma estabilidade econômica de longo prazo. 

Exemplo do uso de câmbio fixo no Brasil antes de 1999 

Como comentamos, antes de 1999 o Brasil adotava um regime de câmbio fixo. Nesse modelo, mantinha-se o valor do real estável em relação ao dólar norte-americano por meio de uma atuação direta do Banco Central. 

Os objetivos eram combater a hiperinflação, atrair investimentos estrangeiros e ancorar expectativas econômicas. A partir de janeiro de 1999, contudo, o Brasil passou a adotar o câmbio flutuante

Vantagens e desvantagens do câmbio fixo 

Entenda os prós e os contras do modelo. Primeiro, as vantagens: 

  • Estabilidade cambial: como não há tantas incertezas sobre a moeda, o modelo pode atrair investimentos e impulsionar o comércio exterior; 
  • Previsibilidade nos custos: as empresas, sobretudo as que atuam com importações e exportações, podem fazer um planejamento mais robusto; 
  • Combate à inflação: pode contribuir para conter a alta de preços. 

Desvantagens: 

  • Dependência de reservas internacionais: a taxa de câmbio ficará estável apenas se houver grande volume de moeda estrangeira; 
  • Risco de crises cambiais: caso exista algum problema mais grave, pode haver a necessidade de mudar o modelo, por exemplo; 
  • Ajustes mais lentos: possíveis correções na economia de modo geral passam a ser feitas com maior lentidão. 

Como o câmbio fixo pode afetar exportações e importações 

A diferença entre o valor de exportação e o de importação chama-se balança comercial. Quando a taxa de câmbio é valorizada de maneira artificial, as exportações tendem a diminuir. Isso porque os produtos locais ficam mais caros para quem está fora do país. 

Ao mesmo tempo, as importações se tornam mais baratas. Consequentemente, essa movimentação acaba por incentivar o consumo de bens estrangeiros. Tal desequilíbrio pode levar a um déficit comercial.  

Por outro lado, se o governo define uma taxa de câmbio mais desvalorizada, pode haver um estímulo das exportações e dificultar as importações. A consequência é uma tendência de superávit na balança comercial. 

Como o câmbio afeta o dia a dia dos brasileiros 

O câmbio pode parecer algo distante. Mas, na verdade, faz parte do dia a dia dos brasileiros. Um exemplo é o consumo de produtos importados – quando o dólar sobe, esses itens ficam mais caros. Os principais são eletrônicos, automóveis, peças de reposição, alimentos industrializados e medicamentos. 

Outro setor afetado é o de turismo. Se você decidiu viajar para fora do Brasil, certamente terá de lidar com as oscilações da moeda. Com o dólar em alta, sobem também os preços das passagens aéreas, da hospedagem, da alimentação e dos gastos que você terá de modo geral. 

O câmbio ainda influencia a inflação, sobretudo se houver impacto do dólar em produtos e matérias-primas importadas pelo Brasil. Um exemplo prático: caso o trigo seja comprado de fora, até mesmo o pão pode ficar mais caro. 

Por fim, outro produto que costuma ser bastante impactado é o combustível. Para se ter uma ideia, o mercado internacional dita as oscilações nas bombas brasileiras. 

Como proteger seu dinheiro da variação cambial 

A oscilação de câmbio impacta diretamente no bolso das pessoas – pode influenciar o seu, inclusive. Em contrapartida, há diferentes formas de evitar surpresas desagradáveis e, sobretudo, proteger o seu dinheiro. Apresentamos as principais a seguir: 

  • Abrir uma conta internacional: você consegue driblar a volatilidade ao guardar parte do seu dinheiro em outra moeda para fazer compras ou assinaturas internacionais; 
  • Usar o câmbio programado: serviços de câmbio programado são uma boa forma de evitar a perda de dinheiro com as oscilações do mercado; 
  • Diversificar investimentos: você pode apostar em ativos atrelados a moedas fortes ou ao mercado internacional, como fundos cambiais, Exchange Traded Fund (ETFs) internacionais, ações de empresas global e fundos multimercado com exposição cambial. 

Produtos do C6 Bank para quem lida com câmbio 

O C6 Bank oferece diversas soluções que contribuem para proteger o seu dinheiro das variações das moedas internacionais. Mostramos alguns exemplos a seguir. 

Conheça a C6 Conta Global 

Agora que você aprendeu mais sobre o câmbio fixo e seus impactos, apresentamos a C6 Conta Global. Com ela, você pode fazer câmbio em apenas 2 segundos, realizar transferências entre em contas e aproveitar vantagens como: 

  • Cotação do euro e do dólar comercial no momento da negociação;    
  • Anuidade gratuita, sem cobrança de taxa de manutenção;   
  • Transferências de diferentes moedas entre suas C6 Contas Globais de mesma titularidade,sem a necessidade de transferir o valor para o Brasil e com valor mínimo de 1,00 USD/EU;  
  • Câmbio instantâneo 24h com cotação comercial;   
  • Transferências e recebimentos internacionais direto pelo app;   
  • Cartão de débito internacional Mastercard aceito em mais de 190 países;   
  • Saques grátis na rede Chase nos EUA;   
  • Saques em moeda local por US$ 5 ou € 5 em caixas da rede Cirrus;   
  • Cartão virtual para fazer compras online em sites internacionais;  
  • Câmbio Programado: funcionalidade que permite que você programe a compra de moedas estrangeiras de acordo com a taxa de câmbio desejada. 

Mesa de câmbio do C6 Bank 

Também temos a Mesa de Câmbio. Ela garante acesso a produtos de câmbio, trade finance e derivativos. Ainda, oferecemos diversos serviços para facilitar suas operações. Alguns deles são: 

  • Câmbio Pronto: compre ou venda moeda estrangeira com pagamento em até 2 dias úteis e atendimento via WhatsApp para valores de até US$ 50 mil ou equivalente em outras moedas. Disponível para as principais moedas do mercado;   
  • Câmbio Futuro: trave a taxa de câmbio em até 100% do valor de sua operação no momento de contratação. Válido para importação, exportação e operações de natureza financeira;   
  • Trava de Câmbio: proteção cambial para as exportações da sua empresa sem incidência de IR e IOF. Fixe a taxa de câmbio em até 100% do valor da operação (sujeito a análise).   

E se sua empresa precisa de apoio nas operações de comércio exterior e/ou capital de giro, você também pode contar com linhas de créditos exclusivas.  

Em resumo, é importante entender como o câmbio fixo funciona e impacta o seu dia a dia. Esse conhecimento vai contribuir para que você escolha soluções financeiras inteligentes para proteger o seu dinheiro, como as oferecidas pelo C6 Bank. 

Saber mais sobre o mercado financeiro também contribui para tomadas de decisão inteligentes. Aproveite para ler outros conteúdos sobre o tema: 

Até a próxima! 

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