Mercado primário: como funciona e por que ele é importante para quem investe

Esse ambiente de negociação funciona de forma complementar ao mercado secundário e inclui operações como IPOs e emissões de CDBs.

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Qualquer pessoa interessada em investimentos já pode ter se perguntado o que é o mercado primário, e essa curiosidade é essencial para compreender como o mercado de capitais funciona na prática. É nesse ambiente que empresas, instituições financeiras e o próprio governo captam recursos diretamente com investidores, viabilizando novos projetos e impulsionando a economia real.

De acordo com dados da ANBIMA (2025), o mercado de capitais movimentou R$ 328,4 bilhões no primeiro semestre, o segundo maior volume já registrado para o período. O destaque foi a renda fixa, impulsionada por debêntures (R$ 192,7 bilhões), FIDCs (R$ 40,6 bilhões) e notas comerciais (R$ 29,5 bilhões). Esses instrumentos continuam sendo as principais portas de captação para empresas, especialmente em um cenário de juros altos e maior cautela nas operações de renda variável.

Com isso, o mercado primário ganha relevância como canal direto entre quem precisa financiar seus projetos e quem busca diversificar investimentos com segurança e previsibilidade.

Neste artigo, você vai entender o que é o mercado primário, como ele funciona, qual é sua diferença em relação ao mercado secundário e como investir nesse ambiente com o C6 Bank.

O que é o mercado primário?

O mercado primário é, como a denominação já propõe, onde acontece a primeira negociação de um ativo, tanto de renda fixa quanto de renda variável.

Nele, os emissores, que podem ser empresas, instituições financeiras, securitizadoras ou o próprio governo, oferecem títulos inéditos ao público pela primeira vez. O objetivo é captar recursos para financiar projetos, expandir operações ou reforçar o capital de giro.

Para o investidor, o mercado primário representa a oportunidade de entrar desde o início em novos ativos, muitas vezes com condições mais vantajosas. É nesse mercado, por exemplo, que surgem as Ofertas Públicas Iniciais (IPOs) e debêntures recém-lançadas, abrindo espaço para participar diretamente do crescimento de empresas que começam a atuar na bolsa de valores.

Por ser regulado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o mercado primário conta com regras específicas que garantem transparência e segurança aos investidores.

Como funciona o mercado primário

Quando uma empresa decide captar recursos, ela faz a emissão de novos ativos e os vende diretamente aos investidores.

O processo é conduzido com o apoio de corretoras e bancos de investimento, que intermediam a distribuição das ofertas.

As emissões no mercado primário acontecem, em geral, de duas formas principais:

  1.  Oferta Pública Inicial (IPO): marca o ingresso da companhia no mercado de capital e na Bolsa de Valores. Todo o dinheiro arrecadado vai diretamente para o caixa da companhia emissora;
  2. Follow-on: ocorre quando uma empresa que já tem capital aberto volta ao mercado para emitir novas ações e captar mais recursos.

Para o investidor adquirir tais títulos inéditos, ele precisa de um intermediário que pode ser uma corretora de valores ou mesmo um banco de investimento. Mas há uma ressalva: é preciso conferir com a instituição financeira se eles irão participar da distribuição da oferta. 

Além disso, antes de fazer sua proposta, é importante conferir os documentos da oferta e da empresa para entender se tal oportunidade está alinhada à sua estratégia de investimento e perfil de risco.

Panorama atual do mercado primário

De acordo com Fernando Bianchini, superintendente de Produtos de Balcão da B3, “o mercado de renda fixa foi o grande destaque em 2024 e segue com potencial enorme de expansão no país”. E, como citado, os dados da ANBIMA confirmam essa tendência, uma vez que o mercado de capitais brasileiro movimentou R$ 394,9 bilhões até julho de 2024, com emissões de renda fixa corporativa representando a maior parte das captações.

Em contrapartida, o segmento de renda variável, onde acontecem as Ofertas Públicas Iniciais (IPOs), segue em um período de menor atividade. Segundo a ANBIMA, nenhuma nova empresa abriu capital em 2024, e a expectativa é que 2025 mantenha esse ritmo moderado, com companhias priorizando operações de dívida em vez de novas listagens.

Para o investidor, esse cenário tem reflexos diretos. A escassez de IPOs reduz temporariamente as oportunidades de participar de novas companhias na bolsa, mas, por outro lado, o forte desempenho da renda fixa amplia o acesso a títulos de baixo risco e rentabilidade mais previsível, como debêntures e CDBs.

Esse comportamento reflete o momento econômico do país, marcado por juros elevados e pela busca das empresas por formas mais seguras e estáveis de captação.

Na prática, entender esse movimento ajuda o investidor a ajustar sua carteira de acordo com o ciclo econômico: aproveitando os rendimentos atrativos da renda fixa no curto prazo, sem perder de vista as oportunidades de crescimento que podem surgir quando o mercado de ações retomar o fôlego.

Diferença entre mercado primário e mercado secundário

Os mercados primário e secundário são partes complementares do mercado de capitais. Enquanto o primário é responsável pela captação de recursos junto aos investidores, o secundário é o ambiente em que esses mesmos títulos passam a ser negociados entre investidores, sem a participação da empresa emissora.

Em outras palavras:

  • No mercado primário, o investidor compra o título diretamente de quem o emitiu.
  • No mercado secundário, ele compra o título de outro investidor, com base nas cotações de mercado.

Essa dinâmica garante liquidez e formação de preço aos ativos. Por exemplo: se você compra ações durante a IPO de uma empresa, está atuando no mercado primário. Se depois decide vendê-las na bolsa, a negociação acontece no mercado secundário.

Características
Mercado Primário
Mercado Secundário
O que define o ambiente
Primeira emissão e venda de títulos pela empresa ou governo
Compra e venda de títulos já emitidos
Quem participa
Emissores (empresas e governo) e investidores
Investidores (pessoas físicas e jurídicas)
Finalidade
Captação de recursos
Negociação e liquidez
Destino dos recursos
Vão para o emissor do título
Vão para o investidor que vende o título
Formação de preço
Definido na oferta ou leilão
Determinado pela oferta e demanda
Exemplos de ativos
IPOs, debêntures, CDBs, CRIs e CRAs
Ações, FIIs, ETFs, títulos públicos

Exemplos práticos de ativos no mercado primário

Embora o número de ativos disponíveis no mercado primário seja menor que no secundário, esse ambiente oferece oportunidades exclusivas de entrada em novos investimentos.Conheça alguns exemplos:

  • Oferta Pública Inicial (IPO)

Quando uma empresa toma a decisão de vender suas ações ao público pela primeira vez, ela realiza uma Oferta Pública Inicial. Esse momento é marcado, então, pela abertura de capital da companhia, que passa a ter suas ações negociadas na Bolsa de Valores. Quem compra essas cotas torna-se acionista ou sócio da empresa

  • Debêntures e títulos de crédito

As companhias podem emitir títulos de dívida corporativa, como as debêntures, para obter recursos financeiros pelo mercado primário. Assim, os investidores que compram tais títulos estão, na prática, emprestando dinheiro à empresa que, por sua vez, deve remunerá-los periodicamente e, ao final do prazo de investimento, reembolsar a quantia aplicada. 

  • CDBs ofertados pelos bancos

Os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) são títulos de renda fixa emitidos por instituições financeiras para captar recursos. Ao investir em um CDB pelo app do C6 Bank, por exemplo, o investidor compra o título diretamente do banco emissor, o que caracteriza uma operação no mercado primário.

Como acessar o mercado primário

O mercado primário é acessível a investidores pessoas físicas e jurídicas, mas algumas ofertas podem ter restrições específicas, por exemplo, voltadas apenas a investidores qualificados, que possuem maior patrimônio ou certificações.

Todas as regras de participação estão descritas no prospecto da oferta, documento que também traz informações sobre a empresa, riscos e destinação dos recursos captados.

O processo de investimento varia conforme o tipo de ativo:

  • Em ofertas de ações e debêntures públicas, há um período de reserva e formação de preço, pois se trata de uma oferta pública registrada na CVM;
  • Já nas emissões de renda fixa bancária, como CDBs, LCIs e LCAs, a aplicação ocorre de forma direta. O investidor compra o título pelo app ou plataforma da instituição, com rendimento e condições já definidos no momento da aplicação.

Confira o passo a passo abaixo, que se aplica principalmente às ofertas públicas de ações e debêntures:

  • Abra conta em uma corretora habilitada;
  • Leia o prospecto para entender os detalhes da emissão e verificar se o investimento condiz com seu perfil;
  • Manifeste interesse durante o período de reserva, indicando a quantidade desejada de ações ou títulos e o preço máximo que está disposto a pagar;
  • Aguarde a definição do preço final — caso o valor ultrapasse o limite da sua reserva, a ordem pode ser cancelada;
  • Verifique o saldo disponível na data de liquidação;
  • Receba os ativos — se houver mais demanda do que oferta, pode ocorrer rateio proporcional;
  • Acompanhe o desempenho dos títulos, que poderão ser vendidos futuramente no mercado secundário.

Como investir no mercado primário com o C6 Bank

Clientes do C6 Bank têm acesso a produtos do mercado primário diretamente pelo app, de forma simples e com isenção de taxas.

O C6 Invest, plataforma de investimentos integrada ao aplicativo, oferece títulos de renda fixa e variável. Assim, você escolhe o que mais combina com seus objetivos financeiros.

Além disso, com os investimentos feitos, ainda é possível acompanhar a evolução de seus ativos e tomar as decisões necessárias para manter sua carteira equilibrada.

Você pode conferir essas e outras facilidades da plataforma de investimentos do C6 Bank agora mesmo. Basta baixar o app, se cadastrar e, em poucos cliques, começar a investir!

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As informações apresentadas neste conteúdo têm caráter educativo e informativo.Elas não constituem recomendação de investimento, oferta ou solicitação de compra ou venda de valores mobiliários. Antes de investir, avalie seu perfil, seus objetivos financeiros e consulte materiais oficiais da instituição emissora.