Poder de compra: entenda o conceito, o cálculo e como preservar

O poder de compra está relacionado à capacidade de adquirir produtos e serviços com uma determinada quantia. Quando alguém acredita que no passado comprava mais coisas com cerca de R$ 50 ou R$ 100, essa impressão não está necessariamente errada. Em função de fatores como a inflação e a variação da renda, os preços se ajustam ao longo do tempo e afetam diretamente o bolso da população. 

Por isso, é importante atentar-se sempre à essa mudança de valor do dinheiro e da qualidade de vida que se apresenta a partir dele. Afinal, entender o que é poder de compra pode ser uma forma não somente de se preparar, mas também de tentar mitigar os efeitos disso sobre seu planejamento financeiro.  

Assim, neste texto, serão respondidas diversas questões sobre esse tema. Para aprender mais sobre o cenário econômico, leia outros conteúdos relacionados: 

O poder de compra é a capacidade de obter produtos e serviços. Também chamado de poder aquisitivo, ele indica o quanto pode ser adquirido com a mesma quantia ao passar dos anos. Ou seja, tem relação direta com o valor que a moeda de um determinado país tem em dado momento. 

Para explicar o conceito com exemplos reais, vamos recorrer aos dados históricos da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos (PNCBA). Em fevereiro de 2015, era possível comprar uma cesta básica em São Paulo com cerca de R$ 380. Dez anos depois, em 2025, é preciso desembolsar mais do que o dobro disso, já que o conjunto de alimentos básicos na capital é de aproximadamente R$ 860.  

Em outras palavras, a mesma quantia dinheiro não consegue comprar a mesma quantidade de coisas. 

Nesse sentido, há outras definições que valem a pena conhecer, pois impactam diretamente a qualidade de vida e o planejamento financeiro:  

O salário está diretamente relacionado ao tema, pois é ele quem vai definir, no final o poder de compra de uma pessoa. Ou seja, se o que se ganha permite comprar mais, menos ou os mesmos itens. 

Conforme os movimentos inflacionários e o custo de vida, o brasileiro já viu seu poder de compra variar muitas vezes, tanto para cima quanto para baixo. Em março de 1990, por exemplo, foi registrada a pior baixa da história do país, com uma inflação de 83,95%. Isso significa que, de um mês para outro, os preços dos produtos quase dobraram e períodos de altos custos como esse diminuem muito o poder aquisitivo.  

Agora em 2025, após um período de avanço dos preços no início do ano, a inflação chega a 4,7%, conforme edição final de outubro do . A projeção mais recente dos especialistas do C6 Bank é de 5% para a inflação em 2025 e 5,2% em 2026. Boletim Focus. A projeção mais recente dos especialistas do C6 Bank é de 5% para a inflação em 2025 e 5,2% em 2026.  

Aliás, é importante mencionar que os dados mencionados até aqui são medidos principalmente através do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). E, quem deseja acompanhar de perto esses e outros indicadores, pode consultar fontes oficiais como IBGE e Banco Central do Brasil. 

Qualquer mudança nos preços e na renda impacta diretamente o cotidiano das famílias. Por exemplo, quando os valores sobem e os salários não acompanham na mesma medida, o poder de compra diminui, ou seja, as pessoas não conseguem comprar o mesmo que antes adquiriam antes com o mesmo valor.  

Nesse tipo de cenário, é comum repensar o planejamento financeiro e até seu custo de vida, com o intuito de diminuir gastos. E a redução do consumo é um dos principais resultados dessas medidas, já que todas as decisões de compra e investimento são revisitadas. Principalmente porque, mesmo que os rendimentos aumentem, é preciso competir com a inflação, e se ela ganhar, o valor real do dinheiro (e o poder aquisitivo) cai.  

Segundo reportagem do Estado de S. Paulo, houve um aumento de 196,28% na inflação medida pelo IPCA nos últimos 20 anos. Assim, uma quantia de R$ 100 na moeda atual compraria apenas o equivalente a R$ 33,80 em 2005, enquanto os R$ 100 daquela época corresponderiam hoje a R$ 296. Esse tipo de comparação ao longo do tempo ajuda a evidenciar como a inflação afeta o poder de compra. 

Existem diferentes formas de calcular o poder de compra. Uma delas se dá pela comparação de um produto comercializado internacionalmente, como no caso do índice Big Mac. Criado em 1986 pela revista The Economist, o indicador usa o lanche, montado com os mesmos ingredientes em todos os países, para medir o poder aquisitivo da população. A depender de quantos lanches podem ser comprados com a mesma quantia, observa-se a posição da moeda em relação ao dólar. Em julho de 2025, o real apresentava uma desvalorização de 28,4% perante a moeda americana, de acordo com essa estatística. 

É possível também estimar a quantidade de bens e serviços que uma pessoa consegue adquirir com sua renda ao usar outros produtos ou até a cesta básica como padrão.  

Além disso, existe uma fórmula simples para fazer esse cálculo que, embora seja apenas uma estimativa, ajuda a entender o impacto real dos preços sobre o orçamento: 

Poder de compra real = renda / índice de preços (IPCA) 

Por fim, vale ainda recorrer a ferramentas que ajudam na atualização de uma quantia considerando a inflação do período em questão, como a Calculadora do IPCA disponibilizada pelo IBGE.  

A Paridade no Poder de Compra (PPC)  é um indicador que compara anualmente o valor das moedas em diferentes países e considera o quanto cada uma consegue adquirir em bens e serviços locais. Ou seja, é uma forma de avaliar o custo de vida, entender a valorização da moeda e contrapor o poder aquisitivo entre economias distintas. 

É importante apontar que tal índice ganha efetividade quando é usado como complemento à análise do Produto Interno Bruto (PIB). Afinal, a união dessas informações permite um panorama econômico mais abrangente do país no contexto internacional. 

O Fundo Monetário Internacional (FMI) é a instituição responsável pelo cálculo do PPC e utiliza a moeda americana como referência nesse cálculo de Paridade no Poder de Compra. 

O poder aquisitivo ou poder de compra oscila ao longo do tempo. Diversos fatores influenciam essa variação, mas, sem dúvidas, a inflação é protagonista neste processo. Ela indica uma alta generalizada nos preços de produtos e serviços. No Brasil, seu cálculo é feito por diversos indicadores, mas o principal é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). 

Muitas pessoas pensam na inflação como uma vilã. No entanto, ela só se torna prejudicial e reduz o valor do dinheiro quando cresce em níveis altos demais ou em grande velocidade. Isso porque os reajustes salariais levam tempo para serem implementados e nem sempre a acompanham. Então, para se proteger desse efeito, é importante entender como preservar o poder de compra. 

O dinheiro parado perde valor real com o passar do tempo, ou seja, se desvaloriza por conta, principalmente, da inflação. Mas, por outro lado, é possível usá-la a seu favor e preservar o poder de compra ao investir em produtos atrelados à índices como o IPCA, que acompanham a inflação. 

Um bom exemplo disso são os ativos híbridos de renda fixa, como o CDB IPCA+, que combinam uma taxa de juros fixa e a variação inflacionária. Esse tipo de investimento permite o que é chamado de retorno real positivo, que é um rendimento acima da alta de preços.  

É possível explorar sobre produtos como esses e até investir neles pelo C6 Invest, a plataforma de investimentos do C6 Bank. A partir do momento da aplicação, o dinheiro já começa a render e fica protegido contra a desvalorização. 

Esse conceito é essencial e precisa ser sempre revisitado. Portanto, guarde essas perguntas-chave, que vão ajudar na retomada do tema sempre que necessário. 

É a capacidade de adquirir produtos e serviços com uma determinada quantia. O poder de compra do brasileiro varia conforme a inflação e a renda.  

Uma forma simples é dividir a renda pelo índice de preços (IPCA), o que mostra quanto o dinheiro realmente vale em um cenário de inflação. 

O salário real é o valor da remuneração corrigido pela inflação. Ele indica quanto é possível comprar com a renda atual e leva em conta o cenário econômico e o custo de vida. 

O salário real é o valor da remuneração corrigido pela inflação. Ele indica quanto é possível comprar com a renda atual e leva em conta o cenário econômico e o custo de vida.  

O indicador de Paridade no Poder de Compra (PPC) compara o valor das moedas entre países e calcula o quanto cada uma consegue adquirir em bens e serviços locais. Ele ajuda a compreender diferenças de custo de vida e a valorização da moeda.  

Quando há uma alta generalizada nos preços de produtos e serviços e os salários não acompanham, o dinheiro perde valor. Em outras palavras, se compra menos com a mesma quantia.  

Para acompanhar a inflação, o principal índice é o IPCA, que mede a variação dos preços ao consumidor. Além disso, é interessante monitorar o salário mínimo vigente e a renda média dos brasileiros, já que são parâmetros usados para mensurar o poder de compra. 

Por meio do planejamento financeiro e do investimento em ativos estratégicos atrelados à inflação, como o CDB IPCA+, é possível preservar o poder de compra ao longo do tempo. 

Não há como controlar fatores externos como a inflação. Porém, compreender o que é poder de compra, planejar e colocar em prática estratégias para preservá-lo são bons caminhos para atingir e manter a estabilidade financeira mesmo diante desses contextos. 

Uma forma eficaz de proteger o valor do seu dinheiro é investir de forma inteligente, com diversificação, mantendo ativos que acompanham a inflação, como os indexados ao IPCA. Com isso, é possível ter um rendimento acima da alta de preços e assegurar o poder aquisitivo.  

Para fazer bons investimentos, o conhecimento é chave. Confira: 

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Importante: Este conteúdo tem caráter meramente informativo e não deve ser entendido como recomendação de compra ou venda de ativos.