Ao transformar valores a receber em títulos de securitização são viabilizadas diversas operações financeiras
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O mercado de crédito estruturado é de importante relevância dentro do Brasil. E isso se deve principalmente às empresas em busca de alternativas de financiamento e aos investidores que querem diversificar suas carteiras. É nesse cenário que a securitizadora desempenha uma função estratégica ao transformar recebíveis em títulos negociáveis, como os CRIs e CRAs.
Neste artigo, vamos apresentar a securitizadora: como funciona, sua importância, os benefícios e os riscos para quem investe. Além disso, você vai ler exemplos de atuação desse tipo de empresa no mercado brasileiro para entender na prática como a securitização atua no dia a dia.
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Uma securitizadora é uma companhia especializada em converter direitos creditórios em títulos negociáveis no mercado de capitais. Ela transforma aqueles valores que uma empresa tem a receber, como parcelas de financiamentos, contratos de aluguel ou vendas a prazo, em ativos com rentabilidade atrativa a investidores. Quando esses são comprados, gera-se o recurso para a securitizadora pagar a empresa.
Então, esse tipo de operação permite que as empresas credoras recebam o dinheiro de forma antecipada. Isso é, não precisam aguardar o término das prestações de uma compra, por exemplo, o que gera mais flexibilidade nas operações financeiras cotidianas. Ao mesmo tempo, para os investidores envolvidos, essa é uma oportunidade de acessar títulos que podem diversificar sua carteira e ter, em troca, um retorno com acréscimo de juros.
Para assegurar a segurança desse sistema, a regulamentação da securitizadora é feita pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e pelo Banco Central (BC). Assim, a primeira estabelece regras para a emissão, divulgação e governança, ao passo que o BC supervisiona o impacto dessas operações, bem como a estabilidade do mercado.
Embora seja uma alternativa de acesso à crédito bastante comum, esse sistema é complexo e envolve diferentes frentes. Assim, vale aprender quem são os principais agentes envolvidos nessas operações:
Com essa base explicada, vamos explorar como funciona a securitizadora de crédito em quatro etapas bem definidas:
Ainda sobre os títulos de securitização, é importante diferenciar suas especificidades. Assim, o CRI é para contratos relacionados ao setor imobiliário, como contratos de venda de imóveis financiados. Já o CRA está associado ao agronegócio, como na exportação de grãos ou na venda de insumos agrícolas. Ambos são títulos especialmente atrativos por não sofrer cobranças de imposto de renda no resgate, mas vale se atentar ao fato de que esses são investimentos de médio e longo prazo.
Embora todos trabalhem com operações de crédito, há distinções entre como banco, securitizadora e factoring trabalham, tanto na regulação que seguem quanto no foco e público-alvo. Assim, vamos explorar como cada um desses agentes operam:
Agora que já está claro o que é securitizadora de crédito e seu funcionamento, vale a pena entender por que esses títulos de securitização (CRIs, CRAs) têm chamado cada vez mais a atenção dos investidores.
Assim, como benefícios, podemos destacar:
Mas, antes de investir nesse tipo de ativo, há sempre que se considerar os riscos envolvidos. Entre os principais estão:
As securitizadoras têm ampliado sua presença na economia brasileira, especialmente em setores em que há grande volume de recebíveis e demanda por financiamento estruturado. Os principais segmentos em que atuam são:
Esse modelo é eficaz para empresas que precisam de liquidez e para investidores que buscam ativos com rentabilidade atrativa e, sobretudo, exposição a setores estratégicos da economia. E há dados representativos quanto a isso. Segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (ANBIMA), as ofertas no mercado de capitais já acumulavam R$ 453,3 bilhões em agosto de 2025. Já os CRIs somaram R$ 29,9 bilhões em emissões, enquanto os CRAs alcançaram R$ 23,2 bilhões.
Em resumo, as securitizadoras têm muita importância dentro do mercado de capitais, pois atuam como intermediárias entre empresas que precisam de recursos e investidores que querem rentabilidade. Dessa forma, a securitização viabiliza operações que não seriam possíveis apenas por meio do financiamento público e bancário. Como resultado, também fortalece o crédito privado no Brasil.
Essa flexibilidade é especialmente importante para setores como o imobiliário e o agronegócio. Isso porque ao mesmo tempo que possuem grande volume de vendas a prazo, esses segmentos precisam de liquidez para manter as operações diárias. Por outro lado, para os investidores a securitizadora tem significado de acesso a ativos atrativos, diversificação de risco e até isenção de imposto de renda, em certos casos.
Conhecer mecanismos como esse é importante para que empresas e investidores possam atingir seus objetivos e manter a saúde financeira em dia. Aproveite para conhecer mais alternativas:
Até a próxima!