Crescimento econômico no Brasil: conceito, caminhos e desafios

Confira os caminhos e desafios para impulsionar o crescimento econômico do Brasil.

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O crescimento econômico brasileiro influencia a geração de empregos, o nível de renda da população e a competitividade do país no cenário internacional. É por isso que o avanço do PIB é tema central para investidores, empresas e formuladores de políticas públicas.

Nos últimos anos, a economia brasileira apresentou variações no desempenho, com períodos de expansão e retração, conforme mostram as séries históricas trimestrais do PIB (1997 a 2025) divulgadas pelo IBGE.

Compreender os fatores que impulsionam ou limitam o crescimento é essencial para planejar estratégias de investimento e orientar decisões políticas.

É nesse contexto que eventos como a 8ª edição do Macro Talks, promovida pelo C6 Bank, ganham relevância. O encontro trouxe o economista Marcos Lisboa para um debate com Felipe Salles, economista-chefe do C6 Bank, explorando caminhos, oportunidades e riscos para a economia brasileira nos próximos anos.

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O que é crescimento econômico e por que ele é tão importante

Crescimento econômico é o aumento da capacidade produtiva de um país, medido principalmente pela variação do Produto Interno Bruto (PIB). Ele indica quanto a economia conseguiu ampliar sua produção de bens e serviços em um período específico. 

Nesse sentido, quando o PIB cresce, a tendência é que o país tenha mais empregos, maior circulação de capital e aumento na arrecadação de impostos, o que possibilita a realização de investimentos públicos em áreas como saúde, educação e infraestrutura.

Dessa forma, o Brasil já viveu períodos de forte expansão, como nos anos 2000, impulsionados pelo ciclo de alta das commodities. Porém, também enfrentou recessões profundas, que evidenciaram a necessidade de planejamento de longo prazo.

Crescimento x desenvolvimento econômico: qual a diferença?

Embora estejam relacionados, crescimento e desenvolvimento econômico não são sinônimos. O crescimento mede somente o aumento da produção, enquanto o desenvolvimento considera outros fatores, como qualidade de vida, acesso a serviços essenciais e redução da desigualdade.

Por isso, um país pode apresentar crescimento elevado sem garantir necessariamente avanços sociais relevantes. Isso ocorre quando os frutos da expansão econômica ficam concentrados em poucos setores ou regiões, sem beneficiar a maioria da população.

Assim, o desenvolvimento econômico exige políticas que promovam educação de qualidade, saúde acessível, segurança pública eficiente e um ambiente de negócios favorável à inovação. Essas condições tendem a aumentar a produtividade e permitir que o crescimento se sustente por mais tempo.

No evento do C6 Bank, o ex-secretário do Ministério da Fazenda, Marcos Lisboa, destacou que o Brasil precisa não apenas acelerar o crescimento do PIB, mas também transformar essa expansão em progresso social e institucional. Esse é um desafio que envolve desde reformas estruturais até estímulos à inovação.

Desafios do crescimento econômico no Brasil

O debate da 8ª edição do evento Macro Talks destacou que a produtividade é o principal gargalo do crescimento brasileiro. Marcos Lisboa observou que países que conseguiram se desenvolver de forma duradoura investiram em inovação, eficiência e modernização de setores estratégicos.

“Crescer é inovação, é empreender, é inovar. O crescimento econômico dos países vem de ganho de produtividade. Não é investimento, não é capital, é a capacidade de produzir mais com o que você tem.”

Por isso, o economista destacou que setores como saneamento básico e saúde pública ainda não acompanham os ganhos observados em áreas como agronegócio e tecnologia, e que sua modernização teria impacto direto na competitividade e na qualidade de vida.

Além disso, segundo Lisboa, a baixa integração às cadeias globais de valor limita o potencial exportador do Brasil. Sem maior abertura comercial e acesso a novos mercados, a indústria brasileira tende a perder espaço para outros concorrentes.

O cenário macroeconômico até 2026: inflação, juros e dívida

A economia brasileira enfrenta um quadro desafiador no curto prazo. A inflação permanece acima da meta, o que exige atenção da política monetária, com a taxa Selic em patamar elevado para conter pressões inflacionárias. A dívida públicaem alta, por sua vez, coloca em risco a credibilidade fiscal.

Durante o Macro Talks, Felipe Salles destacou: 


“O crescimento tem sido sustentado pelos gastos públicos e a economia está crescendo num ritmo acima daquilo que ela tem capacidade de crescer sem gerar desequilíbrios.”

Assim, segundo avaliação do economista-chefe do C6 Bank, esse cenário torna improvável que o crescimento se mantenha sem reformas estruturais e aumento da produtividade. Para os próximos anos, Salles projeta uma desaceleração gradual da economia, com espaço para cortes de juros apenas se houver confiança no controle da inflação e na estabilização da trajetória da dívida pública.

Além disso, internamente, a transição demográfica impõe desafios adicionais. O Censo 2022 do IBGE mostra que 10,9% da população brasileira tem 65 anos ou mais, frente a 7,4% em 2010. Com o envelhecimento, cresce a pressão sobre a previdência pública e os sistemas de saúde, enquanto a força de trabalho tende a ficar menor. Segundo Salles, esse cenário exigirá mais eficiência e tecnologia para manter a produção.

Como garantir o crescimento econômico de forma sustentável

Assim, garantir um crescimento sólido requer uma combinação de políticas públicas e iniciativas privadas voltadas para produtividade, inovação e estabilidade. Entre as medidas prioritárias estão:

  • Investir em educação básica e técnica de qualidade, formando profissionais aptos para novas demandas do mercado;
  • Modernizar a infraestrutura, com foco em logística, saneamento e energia limpa.

Além disso, outro ponto crucial é fomentar a inovação em pequenas e médias empresas. A difusão tecnológica não pode se restringir a grandes corporações; é preciso criar redes de apoio que democratizem o acesso a novas ferramentas.

O papel da informação e da análise para entender a economia

Compreender os movimentos da economia é fundamental para tomar decisões acertadas. Indicadores como PIB, inflação, taxa de juros e câmbio ajudam a traçar cenários e avaliar riscos.

Nesse sentido, eventos como o Macro Talks cumprem um papel importante ao reunir especialistas para discutir tendências e desafios. As análises de economistas experientes, como Marcos Lisboa e Felipe Salles, oferecem uma visão aprofundada que vai além das manchetes e ajuda a identificar oportunidades e possíveis riscos para sua estratégia de investimentos.

Assim, o acesso a informações confiáveis e a capacidade de interpretá-las corretamente são diferenciais competitivos. Para investidores, empresas e gestores públicos, essa compreensão pode significar a diferença entre aproveitar um ciclo de crescimento ou ser surpreendido por uma crise.

Conclusão

Apesar dos desafios, há espaço para otimismo. Segundo Marcos Lisboa e Felipe Salles no Macro Talks, o Brasil tem condições de construir um ciclo de crescimento estável e inclusivo. Para isso, será necessário um esforço coordenado entre governo, setor privado e sociedade.

Por isso, em última análise, concluíram que é preciso assegurar que o avanço econômico se traduza em desenvolvimento social, reduzindo desigualdades e melhorando a qualidade de vida. Com estabilidade institucional e foco nas áreas estratégicas, o Brasil pode não apenas crescer, mas se desenvolver de forma sustentável nas próximas décadas.


 Quer se aprofundar nas discussões sobre o crescimento econômico do Brasil?

Macro Talks: evento exclusivo com os nomes mais renomados do mercado financeiro. Assista à 8ª edição do Macro Talks, que serviu como base para este texto, disponível no YouTube.

Podcast Macro Review: para quem quer acompanhar discussões relevantes no âmbito econômico, o podcast traz análises detalhadas sobre a economia brasileira toda segunda-feira.

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