No episódio do Macro Review, entenda como o cenário de preços pode mudar no próximo ano com dólar mais forte e fim do ciclo favorável das commodities.
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Após meses de resistência, a inflação brasileira enfim encontrou alívio. É possível que o Índice de Preços do Consumidor (IPCA) termine 2025 dentro do limite de tolerância da meta de inflação, que é de 4,5%, algo que não aconteceu em três dos últimos quatro anos.
A trégua dos preços é boa notícia, mas existem razões para manter o alerta. No episódio #188 do Macro Review, entenda por que alguns dos fatores que jogaram a favor da melhora da inflação em 2025 podem contribuir para uma piora no ano que vem.
A melhora foi expressiva. Em abril, o IPCA acumulava 5,5% em 12 meses; em outubro, caiu para 4,7%. O câmbio e as commodities explicam boa parte desse movimento.
O dólar, que começou o ano a R$ 6,15, recuou para R$ 5,40, uma queda de mais de 10%, o que ajudou a conter o custo de produtos importados e industriais. As commodities também recuaram: a inflação de alimentos caiu quase pela metade, e a gasolina foi reajustada para baixo duas vezes no ano.
Para 2026, contudo, o cenário tende a ser mais desafiador. O real deve perder força e encerrar o próximo ano perto de R$ 6, reflexo de menor confiança externa e piora fiscal. Isso pode pressionar novamente os preços.
As commodities devem parar de cair, o que reduz o efeito de alívio sobre os preços. E, com a economia aquecida, os serviços seguem encarecendo — essa categoria ainda tem inflação de 6,2%.
Ou seja: apesar da melhora recente, ainda estamos longe de um quadro sob controle. Assim, o C6 Bank projeta Selic em 13% no fim de 2026.
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