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Investidor-anjo: o que é, como funciona e como atrair um para sua startup

Descubra como esse tipo de investidor contribui com capital, conhecimento e conexões para acelerar o crescimento de startups em fase inicial.

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Tempo de leitura · 6 min

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Investidor-anjo é uma pessoa física que investe capital próprio em startups com potencial de crescimento, geralmente em fase inicial. Além do aporte financeiro, muitos investidores-anjo também oferecem mentorias, experiência de mercado e acesso à sua rede de contatos. Em geral, tornam-se parceiros estratégicos no desenvolvimento de negócio.  

De acordo com a instituição Anjos do Brasil, os aportes realizados por investidores-anjo somaram R$ 886 milhões em 2023,  o que mostra a importância dessa prática para o ecossistema de inovação no país. 

Neste conteúdo, você vai entender o que é um investidor-anjo, como funciona esse tipo de investimento, quais são os critérios para atrair aportes e como se tornar um investidor no Brasil. 

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O que é um investidor-anjo? 

O investidor-anjo é uma pessoa física que aplica recursos próprios em startups, geralmente em estágio inicial, e com alto potencial de crescimento. Esse tipo de investimento costuma ser feito em troca de uma participação societária, conhecida como equity.  

Mais do que o aporte financeiro, muitos investidores-anjo também contribuem com suportes adicionais, como experiência de mercado, mentorias e conexões estratégicas. Esse apoio pode acelerar o desenvolvimento da startup, especialmente em áreas como tomada de decisão, captação futura e estruturação do negócio. 

O termo é amplamente utilizado no ecossistema de inovação. Embora existam investidores informais em outros modelos de negócio, o investimento-anjo está tradicionalmente associado a startups com modelo escalável e elevado grau de risco. 

Como funciona o investimento-anjo? 

O investimento-anjo costuma acontecer quando a startup ainda está em fase inicial, também conhecida como early stage, que é bem no início da sua jornada mesmo. Nessa etapa, o negócio ainda está estruturando seu produto, validando o modelo de receita ou desenvolvendo um MVP (Minimum Viable Product) — ou seja, uma versão básica, mas funcional da solução proposta. 

Para avançar, a empresa precisa de capital para contratar pessoas, desenvolver o produto, iniciar as vendas e investir em marketing. É nesse cenário que o apoio do investidor-anjo faz toda a diferença, oferecendo um aporte financeiro que ajuda a viabilizar os primeiros passos da operação. 

Segundo a Anjos do Brasil, o ticket médio dos investimentos-anjo realizados em 2023 foi de R$ 108 mil, podendo variar de acordo com o setor, o estágio da startup e o perfil do investidor. 

A participação do investidor é registrada na cap table, documento que lista os sócios da empresa e suas respectivas participações societárias. 

Como conseguir um investidor-anjo para sua startup? 

Conseguir um investir-anjo é muito importante para a evolução da startup. Mas essa conquista exige preparo e consistência. Mais do que uma boa ideia, é preciso demonstrar potencial de crescimento e maturidade no modelo de negócio. 

Abaixo, conheça algumas práticas comuns entre empresas que conseguem atrair esse tipo de investimento: 

1. Elaboração de um pitch convincente  

Além de uma apresentação com retórica persuasiva, é necessário mostrar o valor da sua solução e seu diferencial no mercado. Inclua informações como: problema identificado, proposta de solução, tamanho do mercado, modelo de receita, estágio atual e composição da equipe. 

2. Demonstração de tração e oportunidades de crescimento 

Apresente dados concretos: primeiros clientes, receita gerada, parcerias fechadas, base de usuários ou resultados obtidos em testes com o produto. Quanto mais validações você tiver, maior será a confiança do investidor. 

3. Participação em eventos e redes de conexão 

Pitch days, hackathons e programas de aceleração são oportunidades para apresentar sua ideia, receber feedback e se conectar com investidores em potencial. Existem também redes e grupos que atuam na ponte entre empreendedores e investidores-anjo, promovendo capacitação e eventos de aproximação.  

Como se tornar um investidor-anjo no Brasil? 

Ser um investidor-anjo é uma possibilidade aberta a qualquer pessoa física que tenha recursos disponíveis e esteja disposta a correr riscos em troca de potencial de retorno. Embora não haja exigência legal de certificações específicas, é recomendável atender a alguns critérios para fazer isso com mais segurança. 

Detalhamos na sequência algumas características importantes: 

  • Capacidade de risco: startups são negócios de alto risco. Por isso, o ideal é que os aportes representem no máximo 10% do patrimônio total do investidor, mantendo o equilíbrio financeiro pessoal; 
  • Perfil financeiro compatível: não é preciso ter experiência profissional na área de investimentos, mas, sim, um capital próprio livre para esse tipo de aporte, ou seja, recursos que não comprometam seu orçamento pessoal ou familiar; 
  • Networking e experiência: é interessante contribuir com outras “riquezas”, como os contatos e o conhecimento que você tem na área. Por isso, escolha startups que fazem parte do seu universo de atuação; 
  • Aspectos legais: a atuação do investidor-anjo no Brasil é regulamentada pela Lei Complementar nº 155/2016. Entre as especificações, libera os aportes para micro e pequenas empresas, define regras para participação societária e retorno financeira, e estabelece limites de responsabilidade e mecanismos de proteção jurídica ao investidor. 

Outro ponto interessante é que também é possível atuar de forma individual ou em grupo. No segundo caso, diversos investidores se juntam para realizar aportes conjuntos, compartilhando riscos, avaliações e acompanhamentos. Ou seja, fazem uma atuação conjunta e integrada.  

||Existem plataformas e grupos independentes que reúnem investidores com foco em startups de diferentes perfis e estágios de maturidade. 

Termos que você precisa conhecer 

  • Ao se aproximar do universo dos investidores-anjo, é importante entender alguns conceitos-chave usados com frequência nas conversas entre empreendedores e investidores. A seguir, explicamos os principais termos: 
  • Equity: é a participação societária que o investidor recebe em troca do aporte feito na startup. Representa uma fração do negócio, registrada na estrutura societária da empresa; 
  • Valuation: é o processo de estimar o valor de mercado da startup. Serve como base para negociar o percentual de equity oferecido ao investidor e para avaliar o potencial de retorno; 
  • Cap table: sigla para capitalization table (tabela de capitalização). Documento que mostra a composição societária da empresa, detalhando quem são os sócios e qual a porcentagem de participação de cada um; 
  • Due diligence: processo de verificação da startup, feito pelo investidor-anjo (ou sua equipe) antes de investir. Envolve revisar informações financeiras, jurídicas, operacionais e estratégicas da startup; 
  • Rodadas de investimento: são etapas estruturadas de captação de recursos pelas startups. Costumam ser classificadas como pré-seed, seed, série A, B e assim por diante, de acordo com o estágio de maturidade da empresa. 

A importância da estrutura financeira desde o início 

Assim como em qualquer empresa, cuidar da saúde financeira é essencial para a startup ter vida longa. Você deve ter, por exemplo, um canal para o recebimento formal do investimento.  

Daí a importância de abrir uma conta PJ desde o início, por exemplo. Esse tipo de conta ajuda a garantir que os recebimentos ocorram de forma formal e transparente, algo importante tanto para fins legais quanto para transmitir segurança aos investidores. 

Além disso, uma conta empresarial permite: 

  • Solicitar linhas de crédito específicas para empresas, quando necessário. 

Uma estrutura financeira sólida e organizada demonstra responsabilidade com a gestão e favorece a confiança de investidores em potencial. 

Investir e captar com planejamento e visão de longo prazo 

Recorrer a um investidor-anjo é uma forma de conseguir aportes que sustentam o crescimento – e até mesmo a viabilidade de uma startup. Além disso, esse tipo de profissional costuma contribuir com mentorias e sua ampla rede de contatos, o que influencia a evolução da empresa. 

Em todos os casos, tanto investidores quanto startups devem se preparar para esses momentos tão importantes. As empresas podem sair na frente abrindo uma conta PJ para organizar a saúde financeira dos negócios. 

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