Entenda o que é mercado secundário e como ele movimenta seus investimentos

Esse ambiente de negociação do mercado de capitais permite que investidores negociem entre si, facilitando a compra e venda de ativos

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Pessoa segurando um celular com um gráfico volátil
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Se você costuma comprar e vender ações na Bolsa de Valores, então já atua no mercado secundário, o ambiente onde investidores negociam entre si ativos financeiros emitidos anteriormente no mercado primário.

Esse mercado é essencial para o funcionamento do sistema financeiro, pois permite a circulação de recursos e garante liquidez, ou seja, possibilita que investidores transformem seus ativos em dinheiro a qualquer momento.

No Brasil, essas negociações acontecem sob a infraestrutura da B3, que assegura tecnologia, segurança e transparência às operações.Com o crescimento do interesse por renda fixa, esse segmento tem ganhado força: segundo a ANBIMA, o volume negociado de debêntures no mercado secundário cresceu 22,6% no primeiro semestre de 2025, atingindo R$ 410,1 bilhões, mais que o dobro do registrado no mercado primário.

Neste artigo, você vai entender o que é o mercado secundário, como ele funciona na prática, quais são os principais ativos negociados e como investir nesse ambiente com segurança por meio do C6 Invest.

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O que é mercado secundário

O mercado secundário é o ambiente em que investidores compram e vendem títulos e valores mobiliários já emitidos anteriormente, como ações, debêntures, títulos públicos, CRIs, CRAs e CDBs. Nessas operações, não há participação da empresa ou instituição emissora, ou seja, a negociação ocorre exclusivamente entre quem investe.

São muitas as alternativas de investimentos presentes no mercado secundário, o que é atraente para quem busca diversificar a carteira. Mas, sobretudo, é a liquidez o que mais chama a atenção dos investidores, permitindo que ativos sejam negociados antes do vencimento. Isso mantém o mercado em movimento e possibilita que os preços dos ativos se ajustem constantemente de acordo com a oferta e a demanda.

Como mercado secundário é estruturado

Esse ambiente de negociação é viabilizado por uma infraestrutura robusta, composta por corretoras e pela bolsa de valores.

  • As corretoras são responsáveis por intermediar as transações, registrando ordens de compra e venda e garantindo que as operações ocorram de forma segura e conforme as normas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM);
  • Já a B3, principal bolsa do país, é a instituição que cria e mantém toda a estrutura tecnológica e regulatória necessária para que essas negociações aconteçam com transparência, eficiência e confiabilidade, incluindo a compensação, liquidação e custódia dos ativos.

Além de dar agilidade ao sistema, o mercado secundário aproxima o investidor das decisões econômicas, já que os preços formados nele refletem expectativas sobre inflação, juros e desempenho das empresas, tornando-se um verdadeiro termômetro do mercado financeiro.

Diferença entre mercado primário e mercado secundário

Uma das melhores formas de compreender o funcionamento do mercado de capitais é observar as diferenças entre os dois ambientes que o compõem: o mercado primário e o mercado secundário. Embora estejam interligados, cada um cumpre um papel específico dentro do sistema financeiro.

No mercado primário, acontecem as primeiras emissões de um ativo financeiro, é onde títulos, ações e outros valores mobiliários são criados e oferecidos pela primeira vez ao público, como n clássico exemplo Oferta Pública Inicial (IPO). Empresas e governos recorrem a esse ambiente quando desejam captar recursos para financiar projetos, expandir operações ou reforçar o caixa.

Já o mercado secundário entra em cena depois dessa primeira fase, sendo o ambiente onde os ativos emitidos passam a ser negociados entre investidores.Nesse estágio, não há nova captação de recursos pelas empresas e se forma o preço de mercado dos ativos, resultado da interação entre oferta e demanda.

Critério
Mercado Primário
Mercado Secundário
Finalidade
Primeira emissão de ativos por empresas ou governo para captar recursos
Compra e venda de ativos já emitidos entre investidores
Quem vende e recebe os recursos
Empresas emissoras ou instituições financeiras
Investidores (pessoas físicas e jurídicas)
Participação das empresas
Direta: elas emitem os títulos
Indireta: não participam das negociações
Formação de preço
Definido na oferta inicial
Determinado pela oferta e demanda do mercado
Principais ativos negociados
IPOs, emissões de debêntures, CDBs
Ações, fundos imobiliários, títulos públicos, renda fixa privada

Exemplo prático

  • Imagine que uma empresa decide abrir capital e realiza uma IPO, vendendo ações a investidores no mercado primário;
  • Um dos compradores, o investidor A, adquire as ações na oferta inicial;
  • Um ano depois, ele decide vendê-las para outro investidor, o investidor B, que acredita no potencial de valorização da empresa;
  • Essa operação de compra e venda entre investidores acontece no mercado secundário;
  • O lucro (ou prejuízo) obtido depende do preço de negociação, e nenhum valor adicional é repassado à empresa emissora.

Principais ativos negociados no mercado secundário

O mercado secundário é amplo e diversificado. Entre os ativos mais negociados estão:

1. Ações

Uma ação  representa um pequeno pedaço do capital de uma empresa. Essas cotas são, a princípio, emitidas no mercado primário, mas depois passam a ser negociadas livremente entre investidores no mercado secundário. 

Como ativos voláteis, os preços e a liquidez das ações variam de acordo com o cenário econômico, o desempenho da empresa e as movimentações de oferta e demanda do mercado.

Assim, quando um investidor compra ações da Petrobrás, como a PETR4, ele pode vendê-las a qualquer momento, aproveitando o preço de mercado registrado naquele momento. 

2. Fundos imobiliários e ETFs

Os FIIs permitem investir em imóveis ou títulos ligados ao setor imobiliário, enquanto os ETFs replicam índices como o Ibovespa (BOVA11) ou o S&P 500 (IVVB11).Ambos são negociados em bolsa e oferecem diversificação e liquidez diária.

3. Títulos de renda fixa

Muitos investidores associam o mercado secundário apenas à renda variável, mas ele também abriga diversas negociações de títulos de renda fixa.

A diferença está no modo como essas operações acontecem. Enquanto as ações são negociadas em bolsa, com preços variando em tempo real e alta liquidez, os títulos de renda fixa, como debêntures, CRIs e CRAs, costumam ser negociados no mercado de balcão (OTC), onde as transações são registradas, mas ocorrem diretamente entre instituições financeiras e investidores.

Esses papéis têm prazo de vencimento e rentabilidade definidos, o que significa que o investidor pode mantê-los até o fim do contrato ou vendê-los antes, caso encontre alguém interessado na compra. O valor de revenda depende de fatores como taxa de juros vigente, prazo restante e risco do emissor.

Alguns produtos de renda fixa, como CDBs e LCIs/LCAs, também poderiam ser negociados no mercado secundário, mas na prática essas operações são raras entre pessoas físicas, pois esses títulos costumam ser mantidos até o vencimento.

Por outro lado, títulos como debêntures, CRIs e CRAs vêm ganhando liquidez crescente, acompanhando o amadurecimento do mercado de capitais e o avanço da infraestrutura de negociação no país.

4.  Títulos públicos

Movimentações do Tesouro Direto também fazem parte do mercado secundário.Isso acontece porque, ao vender um título antes do vencimento, como um Tesouro Selic ou um Tesouro IPCA+, o investidor está revendendo um papel já emitido. A diferença é que, em vez de negociar com outro investidor, ele realiza a venda diretamente ao Tesouro Nacional, que oferece recompra diária, garantindo liquidez à renda fixa pública.

Segundo o Tesouro, as recompras totalizaram cerca de R$ 3,3 bilhões em setembro de 2025:

  • R$ 2,2 bilhões (67,1%) em títulos atrelados à Selic;
  • R$ 784,4 milhões (23,5%) em títulos indexados à inflação;
  • R$ 313,7 milhões (9,4%) em títulos prefixados.

Os números mostram que a maior parte das recompras ocorre em papéis de liquidez imediata, como o Tesouro Selic, o que reflete a preferência dos investidores por flexibilidade e baixo risco.

Vantagens e riscos do mercado secundário

O mercado secundário oferece liquidez e transparência, mas exige atenção a fatores econômicos e de mercado.

Vantagens

  • Liquidez: facilidade para comprar e vender ativos;
  • Diversificação: ampla variedade de produtos disponíveis;
  • Transparência: preços e volumes públicos em tempo real;
  • Precificação dinâmica: ajustes constantes conforme condições de mercado.

Riscos

  • Volatilidade: oscilações podem afetar o valor dos ativos;
  • Liquidez desigual: alguns papéis são mais difíceis de negociar;
  • Custos operacionais: taxas e spreads podem reduzir o retorno líquido.

Mesmo com essas variações, o mercado secundário é o que dá vida ao sistema financeiro, pois transforma investimentos em capital circulante e torna possível a existência de um mercado de capitais maduro e eficiente.

Como começar a investir no mercado secundário com o C6 Bank

Agora, você já sabe o que é mercado secundário e quais os principais ativos negociados nesse ambiente. O próximo passo é ter acesso a uma plataforma de investimentos completa que permita investir nesses títulos de forma simples, como o C6 Invest

Para acessar, é simples:

  1. Abra a sua conta no C6 Bank;
  2. Acesso o app e toque na aba C6 Invest;
  3. Responda o questionário de perfil de investidor;
  4. Explore a plataforma e receba recomendações alinhadas ao seu perfil.

E o melhor é que é possível fazer tudo isso e muito mais pelo app: desde conferir informações sobre um ativo e realizar sua aplicação até acompanhar os investimentos.

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