• Início
  • Investimentos
  • Bolsa de valores no Japão: como funciona e como investir com exposição internacional

Bolsa de valores no Japão: como funciona e como investir com exposição internacional

Saiba o que é o índice Nikkei 225 e conheça os investimentos disponíveis aos brasileiros que permitem a diversificação global, como os ETFs

Atualizado em

Tempo de leitura · 8 min

Publicado em

O Japão é uma das grandes economias do mundo e tem um mercado de ações diverso, que compreende empresas relevantes, especialmente dentro do setor de tecnologia. Para atender a essa demanda, há mais de uma bolsa de valores no Japão em operação, porém a de maior destaque é a Tokyo Stock Exchange (TSE)

Com mais de 70 anos de história, a TSE figura entre as principais bolsas de valores do mundo, ao lado das americanas NYSE e Nasdaq e da chinesa Shanghai Stock Exchange (SSE). Além disso, ela é um bom indicador do desenvolvimento econômico do país e pode ser tida como uma oportunidade para investidores que desejam diversificar a carteira através de mercados estrangeiros. 

Para aprender sobre a bolsa de valores no Japão, leia este artigo que abordará o mercado acionário no país, o Índice Nikkei 225 e as possíveis formas para investir no exterior. 

Aproveite também nossos outros conteúdos: 

Como funciona o mercado acionário no Japão? 

O Japão tem um mercado acionário diverso, com empresas relevantes no cenário global, principalmente no setor de tecnologia, embora não restritas a ele. Assim, para atender a esse mercado, estão em operação quatro principais bolsas de valores no país, sendo a Tokyo Stock Exchange (TSE) a maior e mais relevante entre elas. 

Também conhecida como a bolsa de valores de Tóquio, por ter sede na capital, a TSE foi fundada em 1949 e desde então é gerida pelo Japan Exchange Group (JPX). No país, ela assume a grande responsabilidade de oferecer uma estrutura segura e transparente para a negociação de valores mobiliários, além de divulgar preços e cotações de mercado. 

No cenário macroeconômico, a importância dessa bolsa de valores do Japão também é grande. Ela ocupa posição privilegiada como uma das referências no mercado global e asiático, juntamente à Shanghai Stock Exchange (SSE), que é a maior bolsa da China. 

Adicionalmente, existem ainda bolsas de valores no Japão que atuam com foco regional, como: 

  • Nagoya Stock Exchange (NSE) para a região central; 
  • Fukuoka Stock Exchange (FSE) para a região sul; 
  • Sapporo Securities Exchange (SSE), para a região norte. 

Além delas, vale mencionar a Osaka Exchange (OSE), também gerida pelo JPX - Japan Exchange Group, que é uma bolsa de valores que negocia derivativos, tais como contratos futuros e opções. 

O que é o índice Nikkei 225 e por que ele importa? 

Os índices financeiros das bolsas de valores servem também como um termômetro do mercado acionário do país. Então, da mesma forma que para a B3 no Brasil temos o Ibovespa, a bolsa de valores do Japão tem o Nikkei 225, o principal índice de ações do país

Criado em 1950, apenas um ano após a fundação da TSE, esse indicador retrata o mercado de ações a partir do desempenho das 225 principais empresas listadas na bolsa do Japão. As companhias que compõem o índice são selecionadas ao levar em conta seu valor de mercado e volume de negociação, com reavaliação semestral em janeiro e julho.  

No Nikkei 225, destacam-se empresas do setor de tecnologia, seguido por bens de consumo e materiais básicos

Uma curiosidade é que esse indicador, por ser operado no horário do Japão, é sempre um dos primeiros a reagir frente a eventos globais. Assim, ele acaba por ser uma possível referência para investidores de todos os países em relação ao que vai afetar não apenas a economia local, mas também as bolsas globais. 

Investir em empresas japonesas é um bom negócio? 

Como mencionamos antes, o Japão está entre as maiores economias do mundo. É um país com estabilidade política e pioneirismo tecnológico e tem em seu território empresas líderes em inovação, automóveis, eletrônicos, entre outras.  

Esses motivos são atraentes por si só e já chamam a atenção de muitos investidores do mundo para a bolsa de valores do Japão. Mas, para os brasileiros, por exemplo, há uma questão extra que a torna ainda mais interessante: a baixa correlação entre o mercado japonês e o do Brasil. Isso significa que a movimentação de cada um deles e, portanto, o retorno das respectivas ações, varia de forma mais independente.  

Isso implica que, se o mercado brasileiro está em queda ou em alta, o do Japão não necessariamente vai seguir esse comportamento. Para quem investe, tal situação representa uma oportunidade de diversificação de portfólio. 

Ainda assim, antes da tomada de decisão, é preciso considerar seus próprios objetivos financeiros e estratégias para decidir se o investimento em outro país realmente vale a pena. Por fim, considere ainda que, ao investir, é preciso observar de perto o mercado e sua volatilidade, bem como a situação política e econômica do Japão. 

Como investir no mercado japonês morando no Brasil? 

Existem algumas opções disponíveis para os brasileiros que querem se expor ao mercado japonês, mesmo que não seja atuando diretamente na bolsa de valores do Japão. Entre as formas mais recorrentes de investimento estão: 

  • Exchange Traded Funds (ETFs) que são fundos que buscam replicar a performance de índices, como o Nikkei 225 ou o EWJ; 
  • Brazilian Depositary Receipts (BDRs) que são certificados que representam ações dessas empresas estrangeiras, no caso japonesas; 
  • Fundos de investimento com exposição global, mais especificamente com foco em mercados asiáticos e no Japão. 

Há ainda uma alternativa no mercado de derivativos ligada também ao índice, o Contrato Futuro de Nikkei 225. Nesse caso, como em demais contratos futuros, a operação de compra e venda é feita com base na expectativa de variação ou desvalorização do indicador. 

Com essas alternativas listadas, é bom lembrar que o investimento em outro país apresenta diferenças em relação ao investimento local, como lidar com outra moeda e a oscilação da sua cotação. 

Além disso, é possível que existam taxas adicionais e a própria liquidez do ativo também possa variar. Se houver menos liquidez, por exemplo, isso significa que o tempo para executar suas ordens de compra ou venda será maior.  

Quais os riscos e cuidados ao investir fora do Brasil? 

Frente às oportunidades de diversificação de carteira que investir fora do Brasil pode trazer, existem riscos atrelados à essa operação que exigem um cuidado extra do investidor. 

Variação cambial 

Se um investimento é feito a partir de outra moeda, consequentemente o investidor terá que enfrentar as variações cambiais, que podem ter um impacto negativo ou positivo no resultado. Ou seja, além de observar a volatilidade característica das rendas variáveis, é preciso atentar-se à cotação da moeda.  

Diferença de fuso e horário de negociação 

A bolsa de valores do Japão opera de segunda a sexta das 9h às 15h. Porém, no Brasil estamos 12 horas atrasados em relação ao horário japonês. Portanto, o horário de negociação aqui seria das 21h às 3h da manhã

Tributação sobre ganhos internacionais 

Os ativos em mercados internacionais devem ser declarados à Receita Federal do Brasil e seus rendimentos serão tributados com alíquotas que variam conforme tipo e prazo de investimento. Porém, o país onde o rendimento foi gerado também pode reter impostos sobre transações, por exemplo. Nesse sentido, o Brasil mantém acordos que permitem a compensação entre os impostos, mas é preciso atentar-se a isso para não perder dinheiro. 

Perfil do investidor  

Como foi possível notar, o investimento em outros países envolve muitos fatores que contribuem para o aumento do risco. Então, é algo que exige dedicação, conhecimento e experiência no mercado. Portanto, os investimentos globais são recomendados a investidores com perfil moderado a arrojado. 

A importância da diversificação global 

Mesmo quem está no começo da trajetória nos investimentos, já deve ter ouvido falar da diversificação de investimentos, que é uma estratégia para diminuir o risco total da carteira de um investidor. Na prática, isso implica em diferentes classes de ativos em mercados variados para que perdas em uma determinada área possam ser compensadas por ganhos em outras.  

Nesse sentido, investir na bolsa de valores do Japão pode ser considerada uma forma de diversificação global. Em outras palavras, isso pode ajudar o investidor a se proteger das oscilações e incertezas do próprio mercado brasileiro.  

Ainda assim, para aumentar as chances de sucesso dessa estratégia, o conhecimento e a experiência em renda variável são cruciais. Afinal, investidores que já operam nesse mercado estão acostumados a lidar com a volatilidade e a acompanhar o cenário econômico tanto do ponto vista do local em que se está investindo, quanto global. 

Por fim, para recapitular: a principal bolsa de valores do Japão é a Tokyo Stock Exchange (TSE), cujo desempenho é representado pelo índice Nikkei 225. Ela é uma das principais bolsas asiáticas, mas também do mundo, já que tem listadas empresas de relevância global, especialmente do setor de tecnologia.  

Para diversificar a carteira por meio da exposição ao mercado japonês é possível investir em ETFs e BDRs.  

Agora que esse conteúdo acabou, confira ainda outros textos que exploram o mundo dos investimentos: 

Aviso: este conteúdo tem caráter exclusivamente informativo e não deve ser interpretado como uma recomendação de investimento. Apenas profissionais habilitados podem ajudar você a montar sua carteira. Antes de investir, verifique se o produto é adequado ao seu perfil de investimentos 

Informações sobre os produtos e serviços do C6 Bank vigentes na data da postagem deste texto. As regras e condições de cada produto e/ou serviço podem ser posteriormente alteradas. Consulte os termos vigentes no momento da contratação pelo app.    

  

Compartilhar