Mercado de capitais: entenda o que é e como funciona

Conheça o papel do mercado de capitais no desenvolvimento do país e descubra como investir nesse ambiente pode transformar seu patrimônio.

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O mercado de capitais é um dos pilares do crescimento econômico. É nesse ambiente que empresas, governos e investidores se encontram para movimentar recursos que financiam projetos, geram empregos e estimulam a inovação.

Nos últimos anos, esse mercado vem ganhando força no Brasil, resultado do amadurecimento das empresas emissoras e da entrada de novos investidores. Segundo estudo da ANBIMA de 2022, as operações no mercado de capitais brasileiro quadruplicaram nas últimas quase três décadas, de maneira a alcançar o volume de R$ 365,2 bilhões

Já os investidores, dados da B3 mostram que o número de pessoas com aplicações em renda variável chegou a 5,4 milhões no segundo trimestre de 2025, crescimento de 5% em um ano.

Esses dois movimentos, mais emissões e mais investidores, mostram que o mercado de capitais brasileiro está em plena expansão. Com mais recursos circulando entre quem busca captar e quem deseja investir, o país ganha em eficiência, inovação e geração de riqueza.

Ao longo deste texto, você vai entender o que é o mercado de capitais, como ele funciona, quem participa e quais são seus principais instrumentos.

Quer aprender mais sobre investimentos? Leia no blog do C6 Bank:

O que é mercado de capitais

O mercado de capitais é ambiente em que os investidores aplicam seus recursos em empresas e governos que buscam financiar projetos e expandir suas atividades. Ele cumpre um papel essencial na economia ao conectar ao direcionar o capital disponível para atividades produtivas, promovendo o crescimento de empresas e o desenvolvimento do país.

Para quem investe, o mercado de capitais oferece oportunidades de diversificação, potencial de retorno e diferentes níveis de risco, por meio de ações, debêntures, fundos imobiliários e ETFs. Ao adquirir esses instrumentos, o investidor participa diretamente dos resultados das companhias e pode se beneficiar da valorização desses ativos ao longo do tempo.

Já para as empresas e governos, esse mercado representa uma alternativa eficiente ao crédito bancário. Em vez de depender de empréstimos, as organizações podem emitir valores mobiliários e captar recursos diretamente com o público. Entre as principais vantagens desse modelo estão:

  1. Redução de custos, já que a captação ocorre de forma direta;
  2. Acesso ampliado ao capital, o que amplia as opções de financiamento;
  3. Maior competitividade, com diferentes alternativas de investimento e crédito.

Como contrapartida, as empresas que participam do mercado de capitais precisam manter altos padrões de governança corporativa e divulgar informações de forma transparente. Essa exigência aumenta a confiança dos investidores e fortalece a credibilidade do sistema como um todo.

Como o mercado de capitais funciona

O mercado de capitais funciona por meio da emissão, compra e venda de valores mobiliários, que permitem a transferência de recursos entre quem tem dinheiro disponível e quem precisa de financiamento.

Essas operações acontecem tanto no mercado primário, quando os títulos são emitidos pela primeira vez, quanto no mercado secundário, onde são negociados entre investidores após a emissão.

O processo é sustentado por três pilares principais:

  1. Captação de recursos: empresas e governos emitem títulos ou ações para financiar suas atividades. O investidor compra esses papéis e, em troca, recebe participação nos resultados ou rendimento em forma de juros;
  2. Negociação e liquidez: após a emissão, os títulos podem ser comprados e vendidos entre investidores. Essa negociação mantém o mercado ativo e define os preços de cada ativo conforme a oferta e a demanda;
  3. Intermediação e regulação: instituições financeiras e órgãos reguladores garantem que as operações ocorram de maneira segura e transparente. A CVM fiscaliza o mercado e define regras para emissores e intermediários, enquanto a B3 processa e registra as transações.

Dessa forma, o mercado de capitais atua como um sistema integrado que permite a circulação contínua de recursos, oferecendo liquidez aos investidores e acesso a capital para empresas e governos.

Quais produtos fazem parte do mercado de capitais

O mercado de capitais reúne produtos de renda fixa e renda variável, que atendem a diferentes perfis de investidor.

Renda fixa

São títulos de dívida emitidos por empresas, instituições financeiras ou companhias securitizadoras com o objetivo de captar recursos junto a investidores.

Nessas operações, o investidor empresta dinheiro ao emissor e recebe o valor aplicado acrescido de juros no prazo combinado.

As condições de rentabilidade, prazo e risco variam conforme o tipo de título e a solidez do emissor.

Entre os principais instrumentos estão:

1.     Debêntures

Títulos de dívida corporativa emitidos por empresas privadas para financiar projetos ou expandir operações.

A rentabilidade pode ser prefixada, pós-fixada ou híbrida.

Existem duas modalidades principais:

- Debêntures comuns: sujeitas à tributação de imposto de renda conforme a tabela regressiva da renda fixa;

- Debêntures incentivadas: voltadas ao financiamento de projetos de infraestrutura e com benefício fiscal para pessoas físicas, que ficam isentas de imposto de renda sobre o rendimento.

2.     Debêntures

Os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) são papeis lastreados em créditos emitidos por empresas dos setores imobiliários e agrícola.

A securitizadora é a responsável por emitir os títulos, reunindo os recebíveis dessas companhias e convertendo-os em ativos negociáveis no mercado.

Dessa forma, o investidor passa a financiar de forma indireta as empresas que originaram os créditos, como uma incorporadora. Além disso, em muitos casos, esses papéis oferecem isenção de imposto de renda para pessoas físicas.

3.     LCI e LCA

As Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio são títulos emitidos por instituições financeiras e lastreados em operações de crédito imobiliário ou agrícola. Esses investimentos oferecem rendimentos isentos de imposto de renda e contam com a garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), respeitando o limite vigente.

Renda variável

Inclui ativos cujo retorno depende do desempenho de empresas, setores ou índices de mercado. O investidor participa dos resultados e assume o risco das oscilações de preço, mas pode alcançar retornos superiores no longo prazo.

1.     Ações

Representam participação no capital social de uma empresa e podem gerar ganhos com dividendos e valorização do preço das ações.

2.     Fundos de Investimento Imobiliários (FIIs)

Reúnem recursos de vários investidores para aplicar em imóveis ou em títulos ligados ao setor imobiliário. Os rendimentos mensais distribuídos a pessoas físicas são isentos de IR, desde que o fundo cumpra os critérios definidos pela legislação, como:

  1. Ter no mínimo 50 cotistas;
  2. Ter cotas exclusivamente negociadas em bolsa de valores ou mercado de balcão organizado;
  3. Nenhum cotista individual possuir 10% ou mais das cotas nem receber rendimento superior a 10% do total distribuído.

3.     ETFs (Exchange Traded Funds)

Fundos de índice negociados na bolsa que replicam carteiras como o Ibovespa ou o S&P 500, o que permite uma diversificação automática.

4.     BDRs (Brazilian Depositary Receipts)

Os BDRs são certificados que possibilitam investir em empresas estrangeiras listadas em outras bolsas, sem necessidade de envio de recursos para fora do país.

Outros instrumentos em expansão

Além dos produtos tradicionais, o mercado de capitais vem incorporando novos mecanismos de investimento:

  •  Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs): permitem aplicar em carteiras de recebíveis, especialmente voltadas a pequenas e médias empresas;
  • Títulos sustentáveis (Green Bonds e ESG Bonds): emissões voltadas a projetos com impacto ambiental positivo.

Qual a diferença entre mercado de capitais, mercado de ações e mercado financeiro

O mercado financeiro é o sistema que organiza todas as transações de crédito, câmbio e investimento de um país.

Dentro dele, o mercado de capitais representa o conjunto de operações voltadas à captação de recursos de longo prazo por meio da emissão e negociação de valores mobiliários.

Um dos principais segmentos desse mercado é o mercado de ações, onde investidores compram e vendem participações em companhias abertas, ou seja, empresas que têm capital negociado na bolsa de valores.

Assim, o mercado de ações faz parte do mercado de capitais, e ambos integram o sistema financeiro como um todo.

Aspecto
Mercado Financeiro
Mercado de Capitais
Mercado de Ações
Abrangência
Engloba todos os outros mercados (crédito, câmbio, investimentos).
Subconjunto do mercado financeiro.
Segmento do mercado de capitais voltado à negociação de ações.
Objetivo
Movimentar recursos entre pessoas, empresas e governo.
Financiar empresas e governos via emissão de valores mobiliários.
Permitir compra e venda de participações em companhias abertas.
Principais produtos
Empréstimos, crédito, câmbio, títulos públicos e bancários.
Ações, debêntures, CRIs, CRAs, FIIs, BDRs e ETFs.
Ações e Units.
Participantes
Bancos, financeiras, corretoras, governo e investidores.
Empresas, investidores, corretoras, CVM e B3.
Companhias abertas, investidores e B3.
Prazos das operações
Curto, médio e longo prazo.
Predominantemente médio e longo prazo.
De curto a longo prazo, incluindo operações de day trade.
Risco e retorno
Menores, por incluir operações de crédito e renda fixa tradicional.
Variam conforme o ativo e o emissor.
Maiores, pela oscilação de preços e volatilidade diária.

Quais são os riscos de investir no mercado de capitais

Investir no mercado de capitais pode oferecer retornos acima da média, mas também envolve riscos que variam conforme o ativo e o prazo da aplicação. Compreender esses riscos é o primeiro passo para investir com mais segurança e fazer escolhas compatíveis com o próprio perfil de investidor.

1.     Risco de mercado

Esse tipo de risco aparece quando fatores econômicos, políticos ou de liquidez afetam o preço dos ativos. Onde, por exemplo, uma alta na taxa de juros pode reduzir o valor de títulos públicos e de ações, já que investidores tendem a buscar aplicações mais seguras e com melhor rentabilidade.

2.     Risco de crédito

Esse risco está ligado à capacidade de pagamento do emissor, ou seja, à possibilidade de a empresa ou instituição financeira não cumprir o que foi prometido ao investidor. Em títulos de dívida corporativa, como debêntures ou CRIs, o emissor se compromete a pagar juros e devolver o valor investido em uma data específica. Caso a empresa enfrente dificuldades financeiras, como queda no faturamento, aumento do endividamento ou má gestão, ela pode atrasar pagamentos ou até deixar de honrar a dívida, o que gera prejuízo para quem aplicou.

Por isso, é importante avaliar o grau de risco do emissor antes de investir. Títulos de empresas sólidas e com bom histórico costumam oferecer mais segurança, enquanto papéis de companhias menores ou com nota de crédito mais baixa pagam juros maiores para compensar o risco.

3.     Risco de liquidez

Ocorre quando há dificuldade para vender um ativo no momento desejado. Em situações de menor procura, o investidor pode precisar aceitar um preço inferior para conseguir sair da aplicação. Esse risco é mais comum em títulos com baixa negociação no mercado secundário, como algumas debêntures ou papéis de menor emissão.

Como investir no mercado de capitais

Investir no mercado de capitais exige planejamento:

1. Conheça seu perfil de investidor

O primeiro passo é identificar se você tem perfil conservador, moderado ou arrojado. Essa classificação indica a sua tolerância ao risco e ajuda a definir quanto da sua carteira pode estar em renda fixa ou renda variável.

2. Defina seus objetivos

Ter metas realistas é o que dá direção aos investimentos. É possível investir para formar reserva financeira, aumentar o patrimônio, gerar renda passiva ou aproveitar oportunidades de valorização no mercado. Saber o que se deseja alcançar permite escolher produtos alinhados às expectativas de rentabilidade e risco.

3. Invista pelo C6 Invest

O C6 Invest é a plataforma completa de investimentos do C6 Bank, que reúne oportunidades no Brasil e no exterior em um único app. Invista no mercado de capitais e aproveite benefícios como:

  • Taxa zero de corretagem para renda variável, incluindo ações, BDRs, ETFs e fundos imobiliários;
  • Taxa zero de custódia para renda fixa, como CDBs, LCIs, LCAs, CRIs e debêntures;
  • Acesso a investimentos no Brasil e no mundo na mesma plataforma, sem precisar abrir contas em outras instituições;
  • Um banco completo e corretora de investimentos em um único app

Vale a pena investir no mercado de capitais

Investir no mercado de capitais significa participar de um ambiente que estimula o crescimento econômico e amplia as possibilidades de retorno para quem busca construir patrimônio. Nesse espaço, o investidor tem a chance de direcionar recursos para empresas e projetos que transformam a economia e, ao mesmo tempo, diversificar suas fontes de rendimento.

Mais do que uma decisão financeira, aplicar nesse mercado representa uma forma de participar do desenvolvimento do país. Quando o investimento se conecta a propósito e planejamento, ele deixa de ser apenas uma aplicação e passa a ser parte de uma trajetória de crescimento pessoal e coletivo.

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Este material tem caráter educativo e informativo e não representa recomendação ou oferta quanto aos produtos citados. Antes de investir, verifique se os produtos são adequados aos seus objetivos e ao seu perfil de investimentos.

Serviços relacionados a investimentos no exterior são oferecidos pela C6 Cayman Branch, a agência no exterior do C6 Bank, regulada pela Cayman Islands Monetary Authority (CIMA).

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