Fundo DI: o que é, como funciona e quando vale a pena investir

Entenda se os fundos DI são a melhor alternativa para sua reserva de emergência ou para diversificar sua carteira de renda fixa.

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Os fundos DI são uma categoria de fundos de renda fixa voltada a quem busca rentabilidade próxima ao CDI, com baixo risco e liquidez diária. Por essas características, são frequentemente utilizados para montar reservas de emergência ou como alternativa à poupança e a outros produtos de renda fixa mais simples.

Esse tipo de fundo aplica a maior parte da carteira em títulos públicos ou privados de baixo risco atrelados à taxa DI, como o Tesouro Selic e alguns CDBs pós-fixados.

Ao longo deste conteúdo, você vai entender como funcionam os fundos DI, quais são os custos envolvidos, suas principais características, e em que situações são geralmente considerados por investidores. Também traremos uma comparação com CDBs e Tesouro Selic, explicando diferenças importantes entre esses produtos.

O objetivo é oferecer informações que ajudem você a avaliar se os fundos DI fazem sentido dentro do seu planejamento financeiro, sempre respeitando seu perfil e objetivos.

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O que é um Fundo DI?

Os fundos DI são uma modalidade de fundo de investimento em renda fixa que buscam oferecer rentabilidade próxima à taxa DI, um índice que acompanha de perto a Selic e reflete o custo do dinheiro entre os bancos.

Segundo a classificação da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), para um fundo ser enquadrado oficialmente como “Fundo DI”, ele deve manter pelo menos 95% do patrimônio investido em ativos financeiros atrelados à taxa DI. Esses ativos incluem, por exemplo, títulos públicos federais pós-fixados e CDBs pós-fixados emitidos por instituições financeiras.

Esse critério de composição padroniza o comportamento desses fundos e garante maior previsibilidade na rentabilidade, o que os torna frequentes em estratégias com foco em

  • Liquidez;
  • Estabilidade; e
  • Preservação do capital no curto prazo.

Embora o nome "DI" remeta ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário) — que é a taxa média dos empréstimos entre bancos — o benchmark oficial dos fundos DI é a taxa DI, calculada com base nesses mesmos empréstimos e usada como parâmetro de rendimento na renda fixa.

Por essas características, os fundos DI são mencionados com frequência em conteúdos sobre reserva de emergência, gestão de liquidez e investimentos conservadores. No entanto, como qualquer produto financeiro, é fundamental avaliar os custos e tributos envolvidos antes de tomar qualquer decisão.

Como funciona um Fundo DI?

Fundos DI reúnem recursos de vários investidores e aplicam o dinheiro em ativos de renda fixa.

A carteira deve ter, no mínimo, 95% de títulos atrelados à taxa DI. Isso inclui Tesouro Selic e CDBs pós-fixados, por exemplo.

A rentabilidade costuma seguir o CDI. Mas há descontos que reduzem o rendimento final. Entre eles, estão a taxa de administração e os tributos, como o come-cotas e o Imposto de Renda (IR).

O IR é cobrado no resgate, com base em uma tabela regressiva. Quanto mais tempo o dinheiro fica aplicado, menor é a alíquota.

Já o come-cotas é uma antecipação do IR. Ele é descontado automaticamente duas vezes por ano.

Além disso, os fundos DI costumam ter liquidez diária, o que significa que os recursos podem estar disponíveis em D+0 ou D+1, dependendo das regras específicas de cada fundo. Por isso, são frequentemente associados a estratégias com foco em acesso rápido ao capital, embora seja importante verificar eventuais prazos de cotização e condições de resgate antes de investir.

Vantagens e desvantagens dos Fundos DI

Como todo produto financeiro, os fundos DI têm características que podem ser vistas como vantajosas ou limitantes, dependendo dos objetivos de quem investe. A seguir, entenda os principais pontos que costumam ser considerados por pessoas interessadas nesse tipo de fundo.

Vantagens:

  • Baixo risco: fundos DI aplicam majoritariamente em títulos de renda fixa pós-fixados, o que ajuda a reduzir oscilações e aumenta a previsibilidade;
  • Liquidez diária: muitos fundos permitem o resgate em D+0 ou D+1, o que facilita o acesso ao dinheiro em caso de necessidade;
  • Aplicação mínima inicial baixa: permite a investidores iniciantes ou com pouco capital a fazerem o investimento.

Desvantagens:

  • Taxa de administração: esse custo impacta diretamente a rentabilidade. Fundos com taxas elevadas podem ter desempenho inferior a alternativas isentas;
  • Falta de cobertura do FGC: ao contrário de investimentos como CDB, LCI e LCA, os fundos DI não são cobertos pelo Fundo Garantidor de Créditos;
  • Tributação: o IR segue tabela regressiva e é cobrado no resgate. Além disso, há o come-cotas, que antecipa parte do imposto a cada seis meses, reduzindo o efeito dos juros compostos.

Características do Fundo DI

Característica   
Pontos positivos                                         
Pontos de atenção
Segurança              
Baixa volatilidade por aplicar em ativos conservadores   
Não possui cobertura do FGC
Liquidez               
Resgates geralmente em D+0 ou D+1                         
Alguns fundos podem ter prazos maiores ou carência inicial
Rentabilidade          
Costuma acompanhar o CDI                                 
Pode ser reduzida por taxas de administração e tributação
Taxa de administração  
Existem fundos com taxas reduzidas ou zeradas            
Taxas altas diminuem os rendimentos líquidos
Tributação             
IR regressivo, com alíquota menor em prazos mais longos  
Come-cotas impacta retornos, principalmente no curto prazo
Indicação de uso       
Frequentemente associado à reserva de liquidez           
Não costuma ser usado para estratégias de longo prazo

Fundo DI ou CDB: qual escolher?

Tanto os fundos DI quanto os CDBs (Certificados de Depósito Bancário) fazem parte da renda fixa. Ambos costumam ter a rentabilidade atrelada ao CDI e estão presentes em estratégias que priorizam liquidez, segurança e previsibilidade.

No entanto, cada produto tem características próprias. Entender essas diferenças pode ajudar na hora de escolher qual faz mais sentido para seus objetivos.

Fundos DI:

  • Fundos de investimento que seguem o CDI e apresentam boa liquidez: o resgate pode ser feito no mesmo dia, em muitos casos;
  • A gestão é feita por uma instituição. Por esse motivo, você precisa pagar uma taxa de administração. É importante ter atenção a essa porcentagem, pois seus ganhos serão impactados;
  • Os Fundos DI são tributados de acordo com a tabela regressiva do IR e têm cobrança come-cotas semestralmente.

 CDBs (Certificados de Depósito Bancário):

  • São títulos emitidos por bancos. O investidor empresta dinheiro à instituição em troca de uma rentabilidade acordada;
  • A maioria dos CDBs pós-fixados também acompanha o CDI;
  • A rentabilidade costuma ser maior, principalmente se você contratar um CDB de longo prazo;
  • Não há cobrança de taxa de administração;
  • Têm garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) até R$ 250 mil por CPF;
  • Alguns CDBs oferecem liquidez diária, enquanto outros têm prazo de vencimento definido;
  • A tributação será cobrada apenas no resgate.

Entenda melhor nesta tabela comparativa:

Característica         
Fundo DI                                           
CDB
Tipo de produto       
Fundo de investimento coletivo                      
Título de renda fixa emitido por banco
Rentabilidade         
Atrelada ao CDI, mas pode variar com custos         
Atrelada ao CDI ou prefixada, conforme o contrato
Taxa de administração 
Sim, varia de acordo com o fundo                    
Não há taxa de administração
Garantia do FGC       
Não possui                                          
Cobertura de até R$ 250 mil por CPF e por instituição
Liquidez              
Geralmente D+0 ou D+1                               
Depende do CDB: pode ser diária ou com prazo fixo
Tributação            
IR regressivo + come-cotas                          
IR regressivo (no resgate)
Custos adicionais     
Come-cotas semestral                                
Nenhum, além do IR
Indicação comum       
Estratégias de liquidez e diversificação            
Reserva de emergência ou renda fixa de curto/médio prazo

A escolha entre um fundo DI e um CDB vai depender de fatores como perfil de risco, horizonte de tempo e condições do produto específico. Cada um apresenta vantagens e limitações que podem ser mais adequadas conforme a situação.

Fundo DI ou Tesouro Selic: entenda as diferenças

Tanto o fundo DI quanto o Tesouro Selic são investimentos de renda fixa atrelados à taxa básica de juros. Apesar das semelhanças, existem diferenças importantes entre eles, especialmente no funcionamento, nos custos e na forma de aplicação.

O Tesouro Selic é um título público emitido pelo governo federal. A compra é feita diretamente pelo Tesouro Direto, com o título registrado no CPF do investidor. A única taxa cobrada é a de custódia da B3, aplicada apenas a valores acima de R$ 10 mil. Não há taxa de administração.

Já o fundo DI é um produto coletivo. O investidor aplica em um fundo gerido por uma instituição, que decide a alocação da carteira dentro das regras estabelecidas. Há incidência de taxa de administração e a tributação inclui o mecanismo de come-cotas.

O Tesouro Selic tem liquidez diária, mas o resgate ocorre em D+1. Nos fundos DI, o prazo de resgate pode variar conforme a política do fundo, alguns oferecem D+0, outros D+1 ou mais.

Outra diferença está na titularidade: no Tesouro, o título é individual. Já no fundo DI, o investidor adquire cotas. Essa estrutura pode impactar o controle sobre prazos, rentabilidade e custos.

Característica         
Fundo DI                                             
Tesouro Selic
Emissor               
Fundo gerido por instituição financeira             
Governo federal
Tipo de aplicação     
Cotas de um fundo coletivo                           
Título individual vinculado ao CPF
Taxas                
Taxa de administração + IR + come-cotas             
IR + taxa de custódia da B3 (acima de R$ 10 mil)
Liquidez             
Variável: D+0, D+1 ou mais                           
Resgate em D+1
Forma de compra      
Pelo app ou corretora, via plataforma de fundos     
Pelo Tesouro Direto, via corretora habilitada
Controle do investidor
Menor autonomia: gestão feita por terceiros          
Maior controle: título é individual e direto
Garantias            
Não tem FGC                                          
Não tem FGC, mas é título público federal

Como investir em Fundos DI?

Para investir em um fundo DI, o primeiro passo é verificar se o produto está alinhado ao seu perfil e objetivos financeiros. Essa avaliação pode ser feita com base no nível de risco aceito, no prazo desejado e na necessidade de liquidez.

Com isso em mente, é possível consultar as opções disponíveis em bancos ou corretoras de valores. Muitas instituições oferecem fundos DI com aplicação mínima inicial acessível e liquidez diária.

Antes de aplicar, vale observar alguns critérios importantes:

  • Taxa de administração: esse custo impacta diretamente a rentabilidade. Fundos com taxas muito altas tendem a ter desempenho inferior aos de menor custo;
  • Rentabilidade líquida: verifique o histórico de rendimento já descontando a taxa de administração;
  • Prazo de resgate (D+0, D+1 etc.): quanto menor o prazo, maior a agilidade para acessar o valor aplicado;
  • Gestor e patrimônio do fundo: instituições sólidas e com maior volume administrado podem indicar estabilidade operacional.

A aplicação é feita de forma digital, pelo próprio app da instituição financeira ou plataforma de investimentos. É necessário ter uma conta ativa e saldo disponível para transferir.

Após aplicar, o investidor passa a visualizar o valor em cotas, com atualização diária conforme a variação do patrimônio do fundo.

Fundos DI no C6 Bank

O C6 Bank oferece fundos referenciados DI em sua plataforma. Ou seja, dá para iniciar agora mesmo. Confira como:

  • Abre o app do C6 Bank;
  • Toque em “C6 Invest” no menu inferior;
  • Selecione “Fundos” na seção “Produtos”;
  • Navegue nas opções disponíveis. Vale ressaltar que os fundos são aqueles com “Referenciado DI” no nome.

Saiba mais: faça uma simulação agora mesmo com o C6 Bank!

O que considerar antes de investir

Ao longo deste conteúdo, você entendeu o que são os fundos DI, como funcionam, quais são seus custos e em que situações costumam ser considerados por quem busca liquidez e previsibilidade na renda fixa.

Também exploramos as diferenças em relação a outros investimentos de perfil semelhante, como o CDB e o Tesouro Selic, além de apresentar os principais critérios que podem ser avaliados antes de investir.

Se quiser conhecer os fundos DI disponíveis no app do C6 Bank, acesse a área de investimentos e consulte as opções diretamente na plataforma. As informações sobre taxas, prazos e rentabilidade histórica estão disponíveis para facilitar a comparação.

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Aviso: este conteúdo tem caráter exclusivamente informativo e não deve ser interpretado como uma recomendação de investimento.

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