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Como dividir as contas do casal: dicas práticas e soluções modernas

Organização é fundamental para organizar as finanças e garantir harmonia ao relacionamento

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Tempo de leitura · 7 min

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Falar sobre dinheiro ainda pode ser um problema para muitos casais e, em alguns casos, um verdadeiro tabu. Sempre há aquela dúvida de como começar, principalmente quando a relação fica mais séria e as pessoas passam a morar juntas. É inevitável surgir a pergunta: afinal, como dividir as contas de forma justa e sem conflitos? 

Encontrar equilíbrio financeiro exige diálogo, transparência e, cada vez mais, o apoio de ferramentas digitais que simplificam o dia a dia.  

Quer saber mais sobre como lidar com essa questão a dois? A seguir, conheça diferentes métodos de divisão de despesas, dicas para organizar o orçamento e soluções modernas para tornar essa tarefa mais descomplicada e funcional. 

Antes de começar, aproveite para ler também outros conteúdos que possam ser interessantes: 

A importância de conversar sobre dinheiro no relacionamento 

Em primeiro lugar, é importante abrir espaço para conversas sinceras sobre o tema. Falar sobre dinheiro é necessário. Apesar de muitos evitarem o assunto por medo de conflitos, o silêncio pode gerar mal-entendidos e até ressentimentos. 

A terapeuta de casais Megan McCoy, em entrevista à CNN, lembra que cada pessoa desenvolve uma relação diferente com o dinheiro desde cedo. Para alguns, ele representa estabilidade e segurança; para outros, é algo a ser usado para aproveitar a vida ou buscar prazer. Por isso, segundo ela, conversar abertamente sobre o tema é essencial para compreender a percepção do outro e alinhar expectativas sobre o futuro. Além disso, ela recomenda evitar julgamentos sobre o modo como cada um decide usar o próprio dinheiro. 

Uma pesquisa conduzida pela Bankrate, com mais de duas mil pessoas nos Estados Unidos, revelou que: 

|| Dois em cada cinco adultos em um relacionamento admitem esconder informações financeiras do parceiro.  Os segredos mais comuns envolvem:  
  • Gastar mais do que o outro “aceitaria” (30%); 
  • Ter um cartão de crédito não revelado (17%);   
  • Manter uma poupança separada (15%)

O estudo também mostra que a maioria dos entrevistados (62%) prefere manter parte do dinheiro separada, seja em contas totalmente individuais (27%) ou combinando contas conjuntas e pessoais (34%). 

Esses dados mostram como a falta de transparência pode afetar a confiança e reforçam a importância de manter o diálogo constante sobre o assunto. 

Conversar frequentemente é essencial para detectar alguns pontos fundamentais para começar o planejamento financeiro, como: 

  • Quanto cada um ganha e pode contribuir; 
  • Quais são as prioridades do casal, tanto de curto quanto de longo prazo; 
  • Quais despesas serão compartilhadas; 

Para simplificar a rotina, vale contar com ferramentas que ajudam a organizar as finanças em dupla, como planilhas, aplicativos de controle de gastos e contas digitais que permitem acompanhar movimentações em tempo real. 

Divisão igualitária: quando dividir tudo por dois faz sentido 

O modelo 50% para cada um costuma funcionar bem quando a renda do casal é parecida e as despesas estão equilibradas. É simples de administrar e reforça a ideia de parceria. 

Por outro lado, quando há grande diferença entre os rendimentos, esse modelo pode gerar sobrecarga para uma das partes. Nesses casos, vale repensar o método ou combiná-lo com uma conta compartilhada para facilitar o controle e a transparência. 

Exemplo prático: se ambos ganham valores semelhantes e decidem dividir todas as despesas fixas, como aluguel, e variáveis igualmente. Nesse cenário, basta definir uma conta para centralizar esses pagamentos e monitorar os gastos por um app financeiro. 

Divisão proporcional: como dividir os custos de acordo com a renda 

Quando os rendimentos do casal são diferentes, a divisão proporcional é o modelo mais justo. Nesse formato, cada pessoa contribui de acordo com o quanto ganha. 

Mas como dividir as contas do casal proporcionalmente, então? O cálculo é bem simples:  

  1. Some os rendimentos de ambos; 
  1. Calcule o percentual de participação de cada um; 
  1. Aplique o mesmo percentual sobre o total das despesas mensais 

Exemplo: 

  • Pessoa A: ganha R$ 7 mil; 
  • Pessoa B: ganha R$ 3 mil; 
  • Total dos recebimentos: R$ 10 mil. 

Na prática, a Pessoa A representa 70% da renda total e, por sua vez, a Pessoa B, 30%. Se as despesas mensais somam R$ 5 mil, a contribuição fica em R$ 3.500 e R$ 1.500, respectivamente. 

Esse método ajuda a equilibrar o esforço financeiro e evita sobrecarga. Ele também pode ser usado em objetivos conjuntos. Se o casal deseja investir R$ 20 mil em dois anos para a entrada de um imóvel, o ideal é aplicar o mesmo princípio da divisão proporcional das despesas. Vamos a um novo exemplo? 

O valor total, dividido por 24 meses, resulta em aproximadamente R$ 833 por mês a ser investido em conjunto. 

Seguindo a proporção de renda: 

  • Quem representa 70% da renda familiar contribui com cerca de R$ 583 por mês
  • Quem representa 30% da renda familiar contribui com cerca de R$ 250 por mês

Assim, o esforço financeiro é equilibrado e proporcional à capacidade de cada um. 

Divisão por categoria de gastos: alternativa prática para casais organizados 

Outro modelo é dividir as despesas por categoria. Cada pessoa assume determinados tipos de gastos — por exemplo, uma paga o aluguel e as contas domésticas, enquanto a outra se responsabiliza pelo supermercado e lazer. 

A principal vantagem é a autonomia. Cada um controla suas despesas e tem clareza sobre as responsabilidades. O desafio, porém, é manter equilíbrio e registrar tudo para evitar esquecimentos. 

Uma boa prática é usar ferramentas digitais para acompanhar o orçamento. Aplicativos bancários e planilhas compartilhadas ajudam a visualizar movimentações em tempo real e a registrar gastos em conjunto. 

Também dá para concentrar certas despesas no cartão de crédito, mas sempre com limites definidos e um acordo claro sobre o que será pago por quem. 

Como definir metas financeiras em casal 

Pensar no futuro é parte essencial da vida a dois. Criar metas financeiras conjuntas ajuda o casal a realizar sonhos e manter disciplina. 

Quando o casal define metas em conjunto e trabalha por elas, estrutura-se um propósito compartilhado, uma forma de alinhar objetivos e fortalecer o planejamento financeiro a dois. 

Durante essa conversa, vale definir: 

  • Prazos para cada meta; 
  • Quanto será guardado por mês; 
  • Quais investimentos utilizar. 

As metas podem variar: desde montar uma reserva de emergência até planejar uma viagem ou a compra de um imóvel. O importante é que ambos participem das decisões e contribuam de forma compatível com sua realidade financeira. 

Qual o método perfeito para dividir as contas a dois? 

Não existe um único método que funcione para todos. O ideal é testar até encontrar o modelo que melhor se adapta à realidade do casal. O que não pode faltar é organização, fator decisivo para o sucesso do planejamento financeiro. 

Boas práticas que ajudam a manter o controle: 

  • Manter conversas frequentes e sem julgamentos; 
  • Revisar despesas semanal ou mensalmente; 
  • Evitar compras impulsivas; 
  • Estabelecer limites para gastos individuais e conjuntos; 
  • Usar ferramentas digitais para acompanhar o orçamento. 

Segundo levantamento da Serasa Experian (2024), seis em cada dez casais brasileiros controlam as finanças mensalmente, embora apenas 45% saibam exatamente quanto o parceiro ganha. Esse dado reforça que a transparência ainda é um desafio, contudo, é perceptível que manter o diálogo é essencial para relação fluir sem complicações.  

Conta conjunta: vale a pena adotar no relacionamento? 

Vale a pena ter uma conta conjunta? Muita gente tem essa dúvida, o que é natural. Falar sobre o fim de um relacionamento pode ser desconfortável, afinal, a longevidade de uma relação costuma ser um dos principais objetivos quando se faz parte de um casal. Contudo, pensar e dialogar sobre esse cenário também entra no planejamento financeiro. 

Antes de abrir uma conta compartilhada, o casal deve conversar sobre responsabilidades e definir o que aconteceria em caso de separação. Também é importante manter contas individuais ativas, registrar acordos e ser transparente sobre as rendas e despesas próprias. 

Com o avanço do open finance, ficou ainda mais fácil acompanhar e comparar despesas entre contas diferentes, mantendo transparência mesmo sem unificar completamente as finanças. 

No fim das contas: transparência é o segredo 

Não existe uma fórmula única para dividir as contas do casal. O modelo ideal é aquele que combina justiça, transparência e conforto para ambos. O essencial é manter o diálogo aberto, definir objetivos e aproveitar as ferramentas certas para simplificar o processo. 

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