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Holding: o que é, tipos e benefícios para proteger seu patrimônio 

Entenda se vale a pena e como abrir uma holding no Brasil de forma estratégica.

Atualizado em

Tempo de leitura · 8 min

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Holding é uma estrutura jurídica criada para concentrar a gestão de bens e empresas em um único lugar. Em 2025, segundo o Mapa de Empresas do governo federal, existem mais de 157 mil holdings ativas no Brasil, a maioria de natureza não financeira. Esse número mostra como famílias e companhias recorrem a esse modelo para reduzir custos de inventário, otimizar a tributação, organizar participações societárias e fortalecer a governança.

Nesse contexto, holdings se tornaram instrumentos relevantes tanto no planejamento sucessório quanto na estratégia empresarial. Enquanto famílias usam essa estrutura para transmitir patrimônio com menos burocracia, empresas adotam a empresa gestora de participações sociais para centralizar decisões e ampliar sua competitividade.

Neste artigo, você vai entender o que é holding, seu funcionamento na prática, quais são os tipos mais comuns, suas vantagens e riscos, além de conhecer o passo a passo para abrir uma empresa mãe no Brasil.

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O que é uma holding?

É uma empresa criada com o objetivo de concentrar bens ou participações societárias em uma única estrutura. O termo vem do inglês “to hold”, que significa “segurar” ou “manter”, e traduz a função de deter cotas, ações ou imóveis.

Na prática, a holding pode assumir duas frentes principais: gestão patrimonial ou organização empresarial.

  • No âmbito familiar: permite reunir imóveis, veículos e investimentos em uma só empresa, o que facilita a transmissão de bens aos herdeiros;
  • No contexto corporativo: funciona como matriz que controla diferentes subsidiárias, de maneira a definir estratégias e ampliando a eficiência administrativa.

Além disso, a legislação brasileira prevê que empresas mães podem ser constituídas tanto como sociedades limitadas (LTDA) quanto como sociedades anônimas (S.A.). Esse enquadramento dá flexibilidade para que famílias e empresários escolham a estrutura mais adequada a seus objetivos, desde a proteção patrimonial até a expansão de negócios.

Como funciona uma holding

Uma holding é, antes de tudo, uma empresa com CNPJ ativo, sujeita às mesmas obrigações legais de qualquer pessoa jurídica. Mesmo que não tenha atividade operacional, deve manter contabilidade regular, entregar declarações fiscais e cumprir exigências da Junta Comercial e da Receita Federal.

No dia a dia, funciona como uma empresa guarda-chuva:

  • Centraliza ativos e participações societárias;
  • Recebe lucros e dividendos de subsidiárias; e
  • Redistribui esses valores aos sócios.

Em certas situações, esse modelo permite eficiência tributária, pois a carga de impostos sobre aluguéis ou ganhos de capital pode ser menor quando administrados por pessoa jurídica.

Outro ponto essencial é a governança. O contrato social ou estatuto deve estabelecer regras para a tomada de decisões, a divisão de responsabilidades e, em alguns casos, a sucessão patrimonial. Com isso, a estrutura garante mais previsibilidade e reduz riscos de conflito entre sócios ou herdeiros.

Tipos de estrutura societária e quando cada um é indicado

Uma holding pode assumir formatos diferentes, de acordo com os objetivos de quem a cria. Conheça os principais tipos e em quais situações costumam ser mais indicados.

Holding familiar

A holding familiar é usada para gerir o patrimônio de uma família. Ela facilita a transmissão de bens sem necessidade de inventário, evita disputas judiciais entre herdeiros e garante que os ativos permaneçam sob controle dos descendentes.

Exemplo: quando os pais concentram imóveis em uma holding e distribuem cotas aos filhos, o que torna a sucessão mais simples do que um inventário tradicional

Holding patrimonial

A holding patrimonial tem foco na administração de bens próprios, como imóveis, veículos ou investimentos. Ela reduz custos de gestão, pode gerar benefícios tributários na locação de imóveis e protege os ativos de riscos pessoais dos sócios.

Exemplo: empresário transfere dez apartamentos de aluguel para a holding, passando a emitir os contratos em nome da empresa e pagando os tributos de forma unificada.

Outros tipos de holding

Além das familiares e patrimoniais, existem outras modalidades:

  • Pura: criada apenas para controlar participações em outras empresas;
  • Mista: controla empresas e ao mesmo tempo exerce atividade própria;
  • De controle: mantém participação majoritária em companhias do grupo;
  • De participação: adquire participações minoritárias em várias sociedades;
  • Administrativa: estrutura voltada para a governança e decisões estratégicas.

Qual tipo de holding escolher?

A definição do tipo de holding mais adequado depende da realidade de cada patrimônio ou empresa.

Tipo
Indicado para
Benefício central
Ponto de atenção
Familiar
Famílias com muitos bens e herdeiros
Facilita sucessão e evita inventário
Caso os bens gerem renda, a tributação pode ser superior à de pessoa física.
Patrimonial
Empresários ou investidores com imóveis e ativos
Reduz tributos sobre aluguéis e organiza bens
Custos de integralização e manutenção
Mista
Grupos que controlam e operam empresas
Diversifica receitas e dá mais flexibilidade
Estrutura mais complexa de gestão
De controle
Companhias que precisam centralizar decisões
Maior poder estratégico sobre subsidiárias
Responsabilidade maior dos administradores
De participação
Investidores com cotas em várias sociedades
Exposição a diferentes setores
Pouco poder de decisão
Administrativa
Empresas que buscam gestão profissional
Melhora governança e eficiência
Custo elevado de operação

Vantagens de adotar uma holding

  1. Proteção patrimonial

A separação entre bens pessoais e empresariais reduz a exposição a riscos. De forma que imóveis, veículos e participações ficam blindados de processos que atingem apenas um dos sócios.

  • Planejamento sucessório

A antecipação da transferência de bens simplifica a sucessão e evita inventários longos e caros. Assim, herdeiros recebem as cotas da holding de forma organizada e com menos conflitos.

  • Otimização tributária

Conforme o regime jurídico, a holding pode pagar menos impostos sobre aluguéis, lucros ou ganho de capital. Essa eficiência aumenta a rentabilidade do patrimônio.

  • Organização e controle de ativos

Concentrar bens e empresas em uma só estrutura dá uma visão global do patrimônio. Isso facilita o acompanhamento dos resultados e o planejamento de novas estratégias.

  • Facilidade de gestão empresarial

Quando usada em grupos de empresas, a holding permite centralizar decisões estratégicas e padronizar processos. A governança se fortalece e a expansão se torna mais clara.

Desvantagens e riscos de uma holding

Embora ofereça benefícios relevantes, a holding não é indicada para todos os perfis. O modelo exige custos e cuidados que precisam ser avaliados antes da decisão.

  1. Custos iniciais e de manutenção

A criação da empresa envolve registro, contrato social e taxas. Depois, há despesas com contabilidade, tributos e obrigações acessórias que permanecem todo ano.

  • Burocracia

Mesmo sem atividade operacional, a holding deve cumprir regras societárias. Assim, assembleias, relatórios e prestações de contas fazem parte da rotina.

  • Mudanças na legislação

A carga tributária que hoje pode ser vantajosa pode mudar. Alterações legais reduzem ou até eliminam benefícios fiscais inicialmente planejados.

  • Inadequação para pequenos patrimônios

Quando o valor do patrimônio é reduzido, os custos fixos de manter a estrutura superam as vantagens. Nesse caso, o modelo pode não compensar.

  • Adequação obrigatória ao regime de tributação

As holdings não podem optar pelo Simples Nacional, reservado a empresas operacionais de pequeno porte. Elas precisam adotar o Lucro Presumido ou o Lucro Real, que exigem mais estrutura contábil e aumentam os custos.

Como abrir uma holding no Brasil: passo a passo

A constituição de uma holding exige planejamento e o cumprimento de etapas formais. O processo envolve definições jurídicas, contábeis e administrativas que garantem validade legal à empresa.

1. Avaliar objetivos e patrimônioO primeiro passo é identificar a finalidade da holding. Pode ser proteção patrimonial, planejamento sucessório, eficiência tributária ou gestão de empresas.

2. Definir o tipo de holdingA escolha deve considerar as metas estabelecidas. Os formatos mais comuns são:

  • Familiar: voltada ao planejamento sucessório;
  • Patrimonial: criada para administrar bens próprios, como imóveis e investimentos.

3. Elaborar contrato social ou estatutoO documento deve prever regras de administração, responsabilidades, sucessão e divisão de cotas. Esse instrumento é essencial para a governança.

4. Registrar na Junta ComercialO registro formaliza a existência da holding. A partir desse ato, a empresa passa a ter reconhecimento jurídico.

5. Obter CNPJ e inscrições necessáriasApós o registro, é preciso solicitar o número de CNPJ junto à Receita Federal. Em alguns casos, podem ser exigidas inscrições estaduais ou municipais.

6. Definir regime tributárioA holding deve optar entre Lucro Presumido ou Lucro Real, dois regimes tributários que determinam como os impostos serão calculados. No primeiro, a base é um percentual fixo definido pela Receita Federal; no segundo, considera-se o lucro líquido efetivo da empresa. Essa escolha afeta diretamente o custo fiscal e a complexidade da contabilidade.

7. Estruturar a contabilidadeA rotina contábil deve ser contínua. Isso inclui entrega de declarações fiscais, elaboração de balanços e acompanhamento de obrigações acessórias.

Após cumprir essas etapas, a holding passa a existir legalmente e pode atuar conforme os objetivos definidos pelos sócios. A partir desse momento, o desafio é manter a empresa em conformidade contábil e aproveitar os benefícios estratégicos que o modelo oferece.

Como o C6 Empresas pode apoiar sua holding

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Além disso, a conta permite centralizar movimentações financeiras da holding com eficiência e segurança.

Dessa forma, a estrutura societária ganha suporte prático para o dia a dia, reduzindo a burocracia e facilitando o controle do patrimônio.

Vale a pena abrir uma holding?

A holding pode se tornar uma poderosa aliada para quem busca mais controle e eficiência na gestão do patrimônio. Quando criada de forma planejada, abre caminho para soluções inteligentes de sucessão, proteção e crescimento empresarial.

Com objetivos bem definidos e o suporte de especialistas, essa estrutura transforma desafios em oportunidades, garantindo mais segurança para o presente e preparando o terreno para um futuro sólido e sustentável.

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