Entenda se vale a pena e como abrir uma holding no Brasil de forma estratégica.
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Holding é uma estrutura jurídica criada para concentrar a gestão de bens e empresas em um único lugar. Em 2025, segundo o Mapa de Empresas do governo federal, existem mais de 157 mil holdings ativas no Brasil, a maioria de natureza não financeira. Esse número mostra como famílias e companhias recorrem a esse modelo para reduzir custos de inventário, otimizar a tributação, organizar participações societárias e fortalecer a governança.
Nesse contexto, holdings se tornaram instrumentos relevantes tanto no planejamento sucessório quanto na estratégia empresarial. Enquanto famílias usam essa estrutura para transmitir patrimônio com menos burocracia, empresas adotam a empresa gestora de participações sociais para centralizar decisões e ampliar sua competitividade.
Neste artigo, você vai entender o que é holding, seu funcionamento na prática, quais são os tipos mais comuns, suas vantagens e riscos, além de conhecer o passo a passo para abrir uma empresa mãe no Brasil.
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É uma empresa criada com o objetivo de concentrar bens ou participações societárias em uma única estrutura. O termo vem do inglês “to hold”, que significa “segurar” ou “manter”, e traduz a função de deter cotas, ações ou imóveis.
Na prática, a holding pode assumir duas frentes principais: gestão patrimonial ou organização empresarial.
Além disso, a legislação brasileira prevê que empresas mães podem ser constituídas tanto como sociedades limitadas (LTDA) quanto como sociedades anônimas (S.A.). Esse enquadramento dá flexibilidade para que famílias e empresários escolham a estrutura mais adequada a seus objetivos, desde a proteção patrimonial até a expansão de negócios.
Uma holding é, antes de tudo, uma empresa com CNPJ ativo, sujeita às mesmas obrigações legais de qualquer pessoa jurídica. Mesmo que não tenha atividade operacional, deve manter contabilidade regular, entregar declarações fiscais e cumprir exigências da Junta Comercial e da Receita Federal.
No dia a dia, funciona como uma empresa guarda-chuva:
Em certas situações, esse modelo permite eficiência tributária, pois a carga de impostos sobre aluguéis ou ganhos de capital pode ser menor quando administrados por pessoa jurídica.
Outro ponto essencial é a governança. O contrato social ou estatuto deve estabelecer regras para a tomada de decisões, a divisão de responsabilidades e, em alguns casos, a sucessão patrimonial. Com isso, a estrutura garante mais previsibilidade e reduz riscos de conflito entre sócios ou herdeiros.
Uma holding pode assumir formatos diferentes, de acordo com os objetivos de quem a cria. Conheça os principais tipos e em quais situações costumam ser mais indicados.
A holding familiar é usada para gerir o patrimônio de uma família. Ela facilita a transmissão de bens sem necessidade de inventário, evita disputas judiciais entre herdeiros e garante que os ativos permaneçam sob controle dos descendentes.
Exemplo: quando os pais concentram imóveis em uma holding e distribuem cotas aos filhos, o que torna a sucessão mais simples do que um inventário tradicional
A holding patrimonial tem foco na administração de bens próprios, como imóveis, veículos ou investimentos. Ela reduz custos de gestão, pode gerar benefícios tributários na locação de imóveis e protege os ativos de riscos pessoais dos sócios.
Exemplo: empresário transfere dez apartamentos de aluguel para a holding, passando a emitir os contratos em nome da empresa e pagando os tributos de forma unificada.
Além das familiares e patrimoniais, existem outras modalidades:
A definição do tipo de holding mais adequado depende da realidade de cada patrimônio ou empresa.
Tipo | Indicado para | Benefício central | Ponto de atenção |
---|---|---|---|
Familiar | Famílias com muitos bens e herdeiros | Facilita sucessão e evita inventário | Caso os bens gerem renda, a tributação pode ser superior à de pessoa física. |
Patrimonial | Empresários ou investidores com imóveis e ativos | Reduz tributos sobre aluguéis e organiza bens | Custos de integralização e manutenção |
Mista | Grupos que controlam e operam empresas | Diversifica receitas e dá mais flexibilidade | Estrutura mais complexa de gestão |
De controle | Companhias que precisam centralizar decisões | Maior poder estratégico sobre subsidiárias | Responsabilidade maior dos administradores |
De participação | Investidores com cotas em várias sociedades | Exposição a diferentes setores | Pouco poder de decisão |
Administrativa | Empresas que buscam gestão profissional | Melhora governança e eficiência | Custo elevado de operação |
A separação entre bens pessoais e empresariais reduz a exposição a riscos. De forma que imóveis, veículos e participações ficam blindados de processos que atingem apenas um dos sócios.
A antecipação da transferência de bens simplifica a sucessão e evita inventários longos e caros. Assim, herdeiros recebem as cotas da holding de forma organizada e com menos conflitos.
Conforme o regime jurídico, a holding pode pagar menos impostos sobre aluguéis, lucros ou ganho de capital. Essa eficiência aumenta a rentabilidade do patrimônio.
Concentrar bens e empresas em uma só estrutura dá uma visão global do patrimônio. Isso facilita o acompanhamento dos resultados e o planejamento de novas estratégias.
Quando usada em grupos de empresas, a holding permite centralizar decisões estratégicas e padronizar processos. A governança se fortalece e a expansão se torna mais clara.
Embora ofereça benefícios relevantes, a holding não é indicada para todos os perfis. O modelo exige custos e cuidados que precisam ser avaliados antes da decisão.
A criação da empresa envolve registro, contrato social e taxas. Depois, há despesas com contabilidade, tributos e obrigações acessórias que permanecem todo ano.
Mesmo sem atividade operacional, a holding deve cumprir regras societárias. Assim, assembleias, relatórios e prestações de contas fazem parte da rotina.
A carga tributária que hoje pode ser vantajosa pode mudar. Alterações legais reduzem ou até eliminam benefícios fiscais inicialmente planejados.
Quando o valor do patrimônio é reduzido, os custos fixos de manter a estrutura superam as vantagens. Nesse caso, o modelo pode não compensar.
As holdings não podem optar pelo Simples Nacional, reservado a empresas operacionais de pequeno porte. Elas precisam adotar o Lucro Presumido ou o Lucro Real, que exigem mais estrutura contábil e aumentam os custos.
A constituição de uma holding exige planejamento e o cumprimento de etapas formais. O processo envolve definições jurídicas, contábeis e administrativas que garantem validade legal à empresa.
1. Avaliar objetivos e patrimônioO primeiro passo é identificar a finalidade da holding. Pode ser proteção patrimonial, planejamento sucessório, eficiência tributária ou gestão de empresas.
2. Definir o tipo de holdingA escolha deve considerar as metas estabelecidas. Os formatos mais comuns são:
3. Elaborar contrato social ou estatutoO documento deve prever regras de administração, responsabilidades, sucessão e divisão de cotas. Esse instrumento é essencial para a governança.
4. Registrar na Junta ComercialO registro formaliza a existência da holding. A partir desse ato, a empresa passa a ter reconhecimento jurídico.
5. Obter CNPJ e inscrições necessáriasApós o registro, é preciso solicitar o número de CNPJ junto à Receita Federal. Em alguns casos, podem ser exigidas inscrições estaduais ou municipais.
6. Definir regime tributárioA holding deve optar entre Lucro Presumido ou Lucro Real, dois regimes tributários que determinam como os impostos serão calculados. No primeiro, a base é um percentual fixo definido pela Receita Federal; no segundo, considera-se o lucro líquido efetivo da empresa. Essa escolha afeta diretamente o custo fiscal e a complexidade da contabilidade.
7. Estruturar a contabilidadeA rotina contábil deve ser contínua. Isso inclui entrega de declarações fiscais, elaboração de balanços e acompanhamento de obrigações acessórias.
Após cumprir essas etapas, a holding passa a existir legalmente e pode atuar conforme os objetivos definidos pelos sócios. A partir desse momento, o desafio é manter a empresa em conformidade contábil e aproveitar os benefícios estratégicos que o modelo oferece.
A abertura de uma holding envolve decisões jurídicas e financeiras que exigem organização contínua. Nesse cenário, o C6 Empresas oferece uma conta digital completa para simplificar a gestão. A conta PJ proporciona serviços bancários em um só aplicativo:
Além disso, a conta permite centralizar movimentações financeiras da holding com eficiência e segurança.
Dessa forma, a estrutura societária ganha suporte prático para o dia a dia, reduzindo a burocracia e facilitando o controle do patrimônio.
A holding pode se tornar uma poderosa aliada para quem busca mais controle e eficiência na gestão do patrimônio. Quando criada de forma planejada, abre caminho para soluções inteligentes de sucessão, proteção e crescimento empresarial.
Com objetivos bem definidos e o suporte de especialistas, essa estrutura transforma desafios em oportunidades, garantindo mais segurança para o presente e preparando o terreno para um futuro sólido e sustentável.
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